domingo, 2 de maio de 2010

NOSSAS FORMAÇÕES

Relacionamento comigo mesmo
Relacionamento com o outro
Relacionamento com a sociedade
Relacionamento com Deus
Doutrina

*Nesta categoria teremos matérias que nos auxiliarão a construção de nossa personalidade e do nosso autoconhecimento.
Quaresma: Combate profético consigo mesmo.
Atentos à tentação 892
Ser santo: uma necessidade!
A pureza do nosso olhar
A cultura do corpo
Reconciliar-se com a própria história
Ser santo de calça jeans !
Jesus vive em mim?!
Senhor dai-me castidade e continência!
Sexualidade e castidade
Uma decisão acertada
As máscaras que se opõem ao amor
Ninguém erra por buscar a vontade de Deus!
A segunda virgindade
As ofensas castidade
O que é a castidade?
O amor não é dependência
Deus tem um plano para a sexualidade?
O Amor Afetivo O caminho para a maturidade
6° Traço de maturidade: capacidade de adaptação
5° Traço de maturidade: sentido da responsabilidade
4° Traço de maturidade:Avaliação objetiva ou crítca
3° Traço de maturidade: Prevalência do amor oblativo
2° Traço de maturidade: Domínio sobre a afetividade
1° Traço de maturidade: Prevalencia da extroversão

Quaresma: Combate profético consigo mesmo.
orque tu és pó e ao pó hás de voltar (Gn 3,19b)
Começamos com um trecho das Sagradas Escrituras bem forte, mas que resume o sentindo do tempo quaresmal. Somos finitos e possuímos sombras dentro de nós. Este texto tem por objetivo alertar a juventude para que não perca o sentido da Quaresma.

A dupla índole do tempo quaresmal, que principalmente pela lembrança e preparação para o Batismo e pela Penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispões à celebração do Mistério Pascal (SC,109). Neste Documento do Concílio Vaticano II é apresentado o sentido da Quaresma. Um tempo de preparação para a Páscoa que é o centro da fé cristã. É também mostrado os meios para essa preparação: ouvir a Palavra de Deus e a oração; além do grande chamado para a conversão do coração. Disso tudo já ouvimos e vamos ouvir muito sobre isso.

Na tradição patrística era costume o jovem (ou adulto) antes de receber o Bastimo fazer um retiro de quarenta dias. Os Santos Padres sabiam que através do retiro espiritual os candidatos ao sacramento entrariam em confronto com suas mazelas e encontrariam o seu Senhor que age e ama apesar da miserabilidade do ser humano.

altVocê pode interrogar-se: E a juventude? Onde ela entra nessa história? O quê que tem haver o meu estado de vida com a Quaresma?

No nosso pensar a Quaresma é um tempo de graça para os jovens, pois deve fazer lembrar que somos pó e para ele voltaremos, e mais do que lembrar é aceitar que somos pó. Isto quer dizer que devemos reconhecer que somos jovens fracos, miseráveis, imperfeitos (no sentido de condição humana). Só assim, a prepotência e ou a soberba que afligem muitos de nós cairá por terra. É preciso reconhecer que existem sombras, escuridão dentro de cada um de nós, só assim acontecerá um verdadeiro Pentecostes e seremos apóstolos da efusão do Espírito Santo.

A Cultura de Pentecostes não será instaurada sem um grande combate (esse é um dos sentidos de ser Sentinela da Manhã) e o grande combate dar-se primeiramente no nosso interior: qual é a nossa verdadeira identidade? É no encontro consigo mesmo (nas limitações, mazelas,etc) que nós jovens encontramos qual é a nossa identidade e quem é aquele que mora em nós. Foi essa experiência que São Paulo fez e ao fazê-la descobriu que era e quem era o Senhor: Por isso, de bom grado, me glorio das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim; e me comprazo nas fraquezas, nos insultos, nas dificuldades,nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando estou fraco, então é que sou forte (2 Cor 12.9b-10)

A Quaresma para a Juventude deve ter esse sentido de combate, mas não qualquer combate: um combate profético consigo mesmo, pois a vitória é nossa. Proponho como umas das possíveis armas para esse combate jejum, pois ele é uma grande arma na luta contra as paixões e vícios. Na tradição monástica o jejum sempre foi compreendido como luta contra os vícios, luta pela pureza do coração.

altSegundo o monge beneditino Anselm Grum: a luta que os monges travam no jejum contra seus inimigos inicia pela contato com o inimigo. Por meio do jejum, eu descubro, em primeiro lugar, quem é meu oponente. Por meio da comida e bebida posso reprimir muita coisa. O desprazer e o vazio que não podem nem sequer aflorar. No jejum ao contrário, eu me encontro comigo mesmo, encontro-me com os inimigos de minha alma, com aquilo que, no meu íntimo, mantém-me preso . E ainda: Em primeiro lugar, o jejum nos confronta com nós mesmos, com todos os nossos desejos e necessidades, nossos sentimentos e pensamentos, com nossas sombras. Reconhecer as próprias sombras já nos torna mais humildes (&) o jejum é antes um caminho para aproximar-se cada vez mais da sua própria verdade, um caminho no qual temos que nos relacionar muito bem com nós mesmos, no qual libertamos nosso âmago bom das amarras que se enroscaram em terno dele. Ao jejuar lutamos não contra nós mesmos, mas sim contra os inimigos da alma que querem impedir que nos tornemos, nós mesmos, filhos e filhas de Deus, criados a Sua imagem e semelhança. (Jejuar: Corpo e Alma em oração. p. 34.46-48).

Portanto, juventude, não esqueçamos que a Quaresma é uma graça de Deus, mas que também é um tempo de combate. Tenho a certeza que ao sairmos dela encontraremos com o último e definitivo de todas as coisas: Jesus Vivo e Ressuscitado!

Atentos à tentação
Na nossa vida íntima com Deus, somos muito visados pelo diabo
Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora (I Pedro 5, 8-9).

Este não é basicamente um passo para nos aproximarmos de Deus, mas é um alerta para não nos distanciarmos d'Ele. O diabo existe, sim, a Palavra revela isso claramente nesse trecho da Carta de São Pedro. Como o próprio nome do maligno diz, ele é o divisor. Ele quer nos dividir na nossa fé entre o crer e o não crer, entre o confiar e o desconfiar. Por isso, São Pedro coloca em sua carta: Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora . Até mesmo para pararmos com a autopiedade e o pessimismo na nossa vida.

O Altíssimo nos deu a graça de sermos chamados filhos d'Ele, por essa razão o maligno, que é o inimigo de Deus, nos quer devorar. Contudo, o demônio não se apresenta como o nosso inimigo; pelo contrário, apresenta-se como o nosso melhor amigo, aquele que nos satisfaz naquele momento. Na verdade, ele não é o nosso inimigo declarado, nós é que o somos, pois não queremos a mentira na nossa vida, sendo ele o pai desse mal.

Somos humanos e caímos muitas vezes, mas, todas as vezes em que isso acontecer, devemos aguentar firmes na fé, pois é no nosso momento de queda, de fraqueza, de tristeza, que a tentação vem e nos pergunta: Onde está o vosso Deus? No deserto, Jesus estava com fome e foi tentado pelo diabo: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães . Nesse momento, Cristo se coloca não como o Filho de Deus, mas como um verdadeiro homem, provando-nos que somos capazes de resistir à tentação quando verdadeiramente confiamos em Deus: Não se vive só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4, 1-11).

Na nossa vida íntima com o Senhor, somos muito visados por satanás, pois ele quer nos provar que Deus não existe, que ele é que é o deus, apresentando-nos outros deuses, outras religiões, outras formas de conseguir a felicidade, de termos riquezas materiais, de sermos o centro, de sermos deuses também. Na verdade, ele quer desmoralizar o Senhor, destruindo eu e você, fazendo-se de carneirinho, mas a Palavra diz que o demônio é um leão que ruge querendo devorar-nos.

Quanto mais renunciarmos ao diabo, tanto mais nos aproximaremos de Deus. Não que o Senhor se separe de nós; nós é que, pelo dom da nossa liberdade, nos distanciamos d'Ele. Se você quer cortar toda a aproximação do diabo na sua vida, todas as suas artimanhas dele, reze agora renunciando a ele e a todos os seus espíritos malignos:

Em Nome de Jesus, pelo poder das Cinco Chagas de Jesus, por intercessão de Nossa Senhora, que esmagou a cabeça da serpente, eu renuncio a satanás, autor e pai de todo mal e de toda mentira. Renuncio a todas as suas façanhas na minha vida e a todas as sua falcatruas. Renuncio a todos os espíritos malignos e a toda contaminação que eu possa ter recebido de lugares ou coisas que eu fiz na minha vida. Renuncio a todo tipo de culto que eu possa ter feito a satanás e a seus anjos, consciente ou inconscientemente.

Neste dia, eu assumo o Senhorio de Jesus na minha vida, sobretudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. No meu passado, na minha história, no meu presente e no meu futuro. Eu sou de Jesus, inteiramente de Jesus.

Deus é meu Pai, Jesus é meu Irmão e Salvador; o Espírito Santo é o meu Companheiro e Santificador; Maria é minha Mãe e Intercessora. Amém. (Renove as promessas do seu Batismo rezando o nosso Credo).

Ser santo: uma necessidade!
Ser santo: uma necessidade!
Que nossa vida seja expressão do que rezamos
"Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (I Tessalonicenses 4,3).

Conta-se que, quando Madre Teresa de Calcutá visitou os Estados Unidos, houve uma disputa entre motoristas que queriam transportá-la de um evento ao outro. O profissional, contemplado com essa missão, depois relatou aos demais o seguinte: "Nunca rezei tanto na vida, era um terço após o outro... Sempre ela sugeria que rezássemos...".

Quando ouvi esse relato, lembrei-me de uma entrevista dada por essa grande figura que marcou o mundo em nosso tempo. Quando lhe perguntaram se ela não se incomodava em ser chamada de santa por pessoas do mundo inteiro, ela respondeu: "Ser santo não é um privilégio, é uma necessidade!" Parece que as histórias se completam.

Uma mulher que era dinâmica diante do mundo, também era plena de dinamismo na força do Espírito. N'Ele, com certeza, encontrava forças para prosseguir na missão. Não rezava pedindo milagres, mas era portadora de milagres para tanta gente por meio de uma vida de caridade e oração.

Creio que ser santo consiste em viver esta fé em forma de cruz. Verticalidade e horizontalidade nos compromissos por um mundo melhor, por uma antecipação do Paraíso, ao menos, do que de nós depender. Ser santo indica ser são , ser curado . À medida que vamos alcançando maturidade na vida, vamos deixando o que não compensa e perseverando no essencial, e isso é processo de cura.

Quando entramos no caminho de Deus, pela vida da comunidade, num encontro contínuo com o Senhor Ressuscitado, seja pela Eucaristia e demais sacramentos, seja pela solidariedade para com os irmãos, vamos alcançando nossa estatura em Cristo (cf. Efésios 4,13). Essa foi e é a experiência de todos os santos.

O Amor de Cristo nos impele e nos impulsiona, como afirma o apóstolo Paulo (cf. II Coríntios 5,14).

Que nossa vida seja expressão do que rezamos! Que nossas preces sejam expressões do que amamos! Que impulsionados pelo amor de Cristo e na força do Espírito, possamos progredir no caminho da verdadeira santidade!

Que, desde já, pela nossa fé católica, vivamos a comunhão dos santos, pois já agora, fazemos parte da família de Deus, dos santos e santas por Ele chamados e amados!

A pureza do nosso olhar
vemos em um tempo onde tudo nos parece que é permitido, programas de televisão, sites na internet, revistas, jornais, enfim, são os veículos de comunicação, que de uma maneira geral, pregam a libertinagem . Mas, para nós cristãos o enfoque é outro, devemos buscar em nossas vidas a pureza do nosso coração, da nossa alma. São Paulo apóstolo, em uma de suas cartas, coloca-nos que para o cristão tudo é permitido, porém, nem tudo convém.

Em minha busca pela santidade tenho apresentado ao Senhor todas as minhas deficiências, mas uma das quais eu prezo e rogo a Deus é a pureza do meu olhar... O olho é a janela da nossa alma, a maneira como nós empregarmos o nosso olhar, o nosso coração ficará cheio, sejam de coisas boas ou de coisas ruins. Acredito piamente que o caminho para o céu é traçado pelo nosso olhar.

No livro do Exôdo está escrito:
Não cobiçarás a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo (Ex 20,17) .

Vemos aqui nesta passagem do antigo testamento o nono mandamento de Deus. Com o nascimento de Jesus, passamos a ter um novo testamento, o qual mostra os caminhos e os passos de Jesus por este mundo, e no evangelho de Mateus vemos que Jesus afirma a ordem dada por Deus no nono mandamento.
Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5,28).

A luta contra a concupiscência da carne passa pela purificação do coração, pela pureza do nosso olhar. Conserva-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criancinhas, que ignoram o mal destruidor da vida dos homens. A pureza do nosso olhar, do nosso coração, nos permitirá ver a Deus e nos permite desde já ver todas as coisas segundo o coração de Deus.

Eu rogo a Deus pela sua vida, pela minha vida, por uma humanidade mais justa, mais fraterna, onde os valores da carne não sejam maiores do que os valores que Deus nos apresenta em sua Santa Palavra. Façamos sempre uma revisão da nossa vida, enquanto homens e mulheres de Deus. Que possamos dizer não ao pecado e sim a vida plena em Jesus. Que tudo comece em nós através da pureza do nosso olhar e possamos gritar para o mundo como o Pe. Fabio de Melo coloca em uma de suas canções: .... Sou consagrado ao meu Senhor, solo Sagrado eu sei que sou.... e assim um dia juntos poderemos partilhar da glória do Reino dos Céus.

A cultura do corpo
Diante de Deus você não é avaliado pelo que se vê

Talvez você sofra, jovem, e até se revolte contra a vida ou contra Deus, porque não tem aquele corpinho de “top model” ou aquele cabelinho como a da artista da novela; ou porque você é um rapaz que não tem aquela musculatura especial... ou porque a sua estatura é pequena...

A mídia colocou na sua cabeça que o “mais importante” é ser bonito de corpo, esbelto, magro, segundo os “padrões de beleza” dos que ditam a moda para os outros.

A propaganda colocou na sua mente uma grande mentira de que se você não tiver aquela calça “da moda” ou aquela camisa “de marca”, então, não poderá ser feliz.

O comercial de TV e as novelas lhe ensinaram uma coisa perversa: se você não for “sexy”, não poderá ser feliz e não terá um namorado, será rejeitada. Tudo isso é uma grande e malvada mentira!

Por causa dessa “cultura do corpo”, que hoje ocupou o lugar da “cultura do espírito”, muitos jovens estão angustiados e até mesmo “escravizados”, porque não conseguem atingir esse padrão de “beleza”.

Ora, saiba que se você construir a sua felicidade em cima destes valores, esta será efêmera, vai acabar muito cedo e deixar você no vazio. A verdadeira beleza está na alma, no interior, é invisível aos olhos; ela só pode estar naquilo que não acaba; que o tempo não envelhece.

Vi um jovem chorar, amargurado, porque o seu carro novo tinha batido; junto com o seu carro, tinha amassado a sua felicidade...

Deus seria injusto se a sua felicidade dependesse da cor da sua pele, do perfil do seu corpo ou da ondulação do seu cabelo. Pois tudo isso é genético e você não pode mudar isso; já nasceu assim. O Senhor quer que você descubra a felicidade que não acaba, no seu interior, na sua alma, para que esta seja autêntica e duradoura.

O Altíssimo não o valoriza pelo seu cabelo, nem pelo seu corpo, nem mesmo pela cor dos seus olhos ou da sua pele, muito menos pela sua roupa. Deus o ama por aquilo que você é; e do jeito que você é.

Diante d'Ele você não é avaliado pelo que se vê.

Por isso, atire para longe, já, este complexo de inferioridade, olhe menos para o espelho e mais para a sua alma.

Cultive o seu saber, a sua fé, sua espiritualidade, seus amigos e amigas, sua família, seu trabalho, sua profissão e seu Deus, muito mais do que o seu corpo.

Aprenda a gastar mais o seu tempo e seu dinheiro em coisas e atividades que fazem você “crescer” naquilo que não passa e que o tempo não destrói.

Michel Quoist, um grande padre francês, dizia aos jovens que para ser belo é melhor parar “cinco minutos diante do espelho, dez diante de si mesmo, e quinze diante de Deus.” Não inverta esta ordem, para que você não fique de cabeça para baixo.

É por isso que hoje temos edifícios altos, mas homens pequenos; estradas longas e largas, mas as almas são pequenas...

Da mesma forma, as casas hoje são grandes, mas as famílias são pequenas... Temos muitos compromissos, mas pouco tempo...

Gastamos muito e desfrutamos pouco... Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos os valores humanos...

Falamos muito, mas amamos pouco e odiamos demais...

Fomos à Lua, mas ainda não atravessamos a rua para conhecer o vizinho...

Temos mais conhecimentos, mas pouco discernimento...

Temos muita pressa e pouca perfeição...

Temos mais dinheiro, mas menos moral e menos paz...

Temos mais bens, mas menos caráter...

Temos casas mais lindas, porém mais famílias destruídas...

Conquistamos o espaço exterior, mas perdemos o espaço interior...

Temos mais prazer, porém, menos alegria...



Se a beleza física fosse sinônimo de garantia de felicidade, não encontraríamos tantas artistas frustradas, buscando fugir das suas angústias nas drogas, muitas vezes. Quantas moças lindas já morreram numa overdose de cocaína!

Se o dinheiro fosse sozinho garantia de felicidade, não encontraríamos tantos ricos angustiados e tantos ídolos que acabam com a própria vida no suicídio. Quantos astros e cantores famosos já puseram fim na própria vida, na flor dos seus anos!

O grande filósofo francês Paul Claudel dizia que “o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio”.

Aí está, jovem, diante de você, um belo desafio: não construir a sua felicidade numa vida de consumismo e de busca de prazer e de beleza física, que “enchem os olhos” das pessoas quando o veem passar. Construa a sua vida naquilo que os olhos não veem, mas que é essencial: honra, saber, moral, caridade, bondade, mansidão, força de vontade, humildade, desapego, pureza, paciência, disponibilidade. Esses são valores que o põem verdadeiramente de pé!

Seja um jovem de pé! Você é o rei do universo! De nada vale você ter um corpo de atleta ou de manequim se a sua alma está em frangalhos e o seu espírito geme sob o peso da matéria e da carne.

Tudo talvez estará contra você neste desafio, mas Deus estará com você. E isso basta.

Reconciliar-se com a própria história
Os cenários da história – tanto universal quanto pessoal – são sempre povoados, marcados por uma trama de significados e expressões que dão cor e direção aos corações e à vida de um povo. A história do homem traz consigo inúmeras marcas; algumas positivas e outras profundamente negativas e desestruturadoras. Enfim, toda história tem a sua “história” a contar, toda vida derramada no solo do tempo tem suas partes para reconciliar...

Há historiadores que definem a história humana como “história de guerras e conflitos”, e, de fato, tal afirmação não está ausente de verdade. Esta é mesmo marcada por diversas dores e contrariedades que se entrelaçam em uma constante dinâmica de morte e de vida.

Ser santo de calça jeans !
A coragem de tomar decisões definitivas

Ser jovem é muito bom. É nessa fase da vida que nossos sonhos desabrocham, é nessa fase da vida que queremos mudar tudo e todos.

Uma fase de fazer a diferença!

"Deus faz a diferença. Mais ainda: Deus nos faz diferentes, nos faz novos" (Bento XVI).

Unir minha jovialidade à certeza de que Deus está comigo é totalmente possível, Ele não me tira nada, pelo contrário, me dá tudo! Ele se faz meu amigo no presente e tem a minha história na Sua mão: nela segura firmemente o meu passado, com as fontes e os alicerces do meu ser; nela guarda ansiosamente o futuro e me faz vislumbrar a mais bela alvorada de toda a minha vida. É com essa mão forte que conto quando caio e não quero ficar largado no chão. Ele tem a voz que ecoa no silêncio do meu coração me acordando para a vida.
No âmbito singular e pessoal não é diferente. Quando olhamos para a história de nossos próprios dias, sem dúvida, seremos capazes de aí perceber realidades que não desejamos nem quereríamos que aí estivessem.

Nossa história e as circunstâncias que a configuram, quase sempre, não são do jeito que queremos, por vezes, nossa biografia é povoada por erros e frustrações que não desejamos nem convidamos para nela habitar.

Há quem se envergonhe de sua própria história e há outros que dela fogem perpetuamente. Há quem não consiga se reconciliar com as perdas e contrariedades contidas na própria existência, nunca assumindo os próprios erros e fragilidades, e assim vivendo como alguém que “foge” eternamente da própria sombra.

Muitas vezes, nossa história é mesmo perpassada por realidades que são difíceis de lidar e encarar, todavia, ninguém pode se tornar verdadeiramente maduro e liberto na vida se não faz a experiência de se encarar naquilo que é.

A arte de se encontrar e reconciliar-se com a própria história pode ser fonte de aguda dor, contudo, é também fonte de intensa realização e emancipação existencial. Não existe outro caminho para crescer e ser gente na vida, pois, sem se reconciliar consigo e com as cenas que emolduram o seu próprio caminho de vida, o ser humano torna-se escravo de si mesmo e ausenta-se da alegria de poder aceitar-se naquilo que é.

Diante do real – de nossa identidade – poderemos fugir criando ilusões para mascarar o que somos ou poderemos enfrentar – mesmo sangrando – nossa verdade, extraindo dela a vida e a esperança que brotam do fato de não termos de fingir e encenar para sempre.

Nossa história pode ser fonte de lembranças dolorosas, sim, mas também pode – com uma força extraordinária – ser fonte de autêntica e encarnada libertação. Reconciliar-se, pois, com a própria história: Eis o desafio e a oportunidade de nos compreendermos amados e aceitos no que somos.

Esse é um caminho difícil, mas o fazemos acompanhados: dirigidos pelo infinito Amor, que dá sentido às nossas perdas e nos sustenta em nossas lutas. Assim seremos mais autênticos e livres na existência e poderemos construir nosso futuro com escolhas sábias e pautadas no Amor.

Ser santo de calça jeans !
A coragem de tomar decisões definitivas

Ser jovem é muito bom. É nessa fase da vida que nossos sonhos desabrocham, é nessa fase da vida que queremos mudar tudo e todos.

Uma fase de fazer a diferença!

"Deus faz a diferença. Mais ainda: Deus nos faz diferentes, nos faz novos" (Bento XVI).

Unir minha jovialidade à certeza de que Deus está comigo é totalmente possível, Ele não me tira nada, pelo contrário, me dá tudo! Ele se faz meu amigo no presente e tem a minha história na Sua mão: nela segura firmemente o meu passado, com as fontes e os alicerces do meu ser; nela guarda ansiosamente o futuro e me faz vislumbrar a mais bela alvorada de toda a minha vida. É com essa mão forte que conto quando caio e não quero ficar largado no chão. Ele tem a voz que ecoa no silêncio do meu coração me acordando para a vida.

"Quando o jovem não se decide, corre o risco de ficar uma eterna criança!" (Bento XVI).

Não quero ser criança, quero crescer! Quero me decidir! Hoje me decido a ser santo! Santo de calça jeans.

Tomo a coragem de ter decisões definitivas porque sei que, na verdade, são as únicas que não destroem a minha liberdade, mas criam a justa direção, possibilitando-me seguir em frente e alcançar algo de grande na vida. Algo que me é garantido!

A vida eterna!

Dentre todas as minhas decisões! Encontra-se esta:

Quero ser santo de calça jeans.

Quero estar no mundo; e saber saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não quero ser mundano! Sou cristão! Sou católico! E me decido a amar esta Igreja que é viva e é jovem!

E você, qual a sua decisão?

Comente qual a sua decisão?


Jesus vive em mim?!
Escutamos muitas vezes dizerem que o Espírito Santo de Jesus habita em nós, mas sempre existe uma duvida se realmente Ele faz morada em nós?


Posso te afirma que Ele não é apenas um hospede, mais é verdadeiramente um morador! “O Espírito Santo descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas...”, “Eis que eu estarei convosco até o fim dos tempos...”, essas duas citações bíblicas comprovam que Jesus não apenas esta junto de nós, mais sim, esta conosco, está em nós... E como isso é bonito, percebemos a plenitude de seu amor misericordioso.

Por isso Paulo vai dizer em Gálatas “Não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim”, pois ele deu a chave e o controle de sua casa (corpo, vida) a Jesus, que agora não é apenas um morador, mais dita as vontades na vida de Paulo.

E você, experimente deixar Jesus, não apenas viver, mais também falar em sua vida, perceberá as maravilhas do céu acontecer em sua vida.

Nem tudo me cai bem!?



O mundo é uma maravilha criada por nosso DEUS, tudo contido nele é bom, como diz em gênesis,“Deus criou o céu a terra e o mar, as plantas e as criaturas, e viu que tudo era bom...”, e criou o homem para gerenciar tudo isso de acordo com a vontade do Pai, por isso esse é um dos motivos que Deus nos fez a sua imagem e semelhança.

Alguns podem pensar em alienação, referindo e indagando alguns sobre minha vida cristã!

Mais afinal, tudo me é permitido?! – sim, tudo me é permitido – porem nem tudo me convém, nem tudo me traz a profunda e verdadeira PAZ, aquela paz de espírito. São Jerônimo, bispo e doutor da Igreja, disse uma vez que a verdadeira PAZ consiste em fazer a vontade do PAI.



“Ninguém entende mais de gente, do que aquele que criou a gente!”(Fabio Luiz)

Senhor dai-me castidade e continência!
Não creio que os jovens de hoje necessitem de ânimo para "lançar-se", para "experimentar", para romper limites (tudo os empurra diretamente nesta direção com os trágicos resultados que conhecemos). Têm necessidade de que lhes sejam dadas motivações válidas, não certamente a temer seu corpo e o amor, mas a ter medo de destruiu um e outro.

Um determinado espetáculo do comediante Roberto Benigni que registrou uma audiência elevadíssima tratava-se, em alguns momentos, de uma lição altíssima comunicação religiosa, além de artística e literária, da que tanto teríamos de aprender os pregadores: capacidade de dar voz ao senso de eternidade do homem, a maravilha frente ao mistério, à arte, à beleza e ao simples fato de existir.

Lamentavelmente, sobre um ponto, talvez não premeditado, o comediante lançou uma mensagem que poderia ser muito perigosa para os jovens e que é preciso retificar. Para apoiar seu convite a não ter medo das paixões, a experimentar a força do amor também em seu aspecto carnal, citou uma frase de Agostinho, que diz: "Dai-me a castidade e a continência, mas não agora" [1]. Como se antes fosse preciso provar de tudo e depois, talvez já idosos, quando isso não custa esforço, praticar a castidade.

O comediante não disse até que ponto Agostinho teve de se arrepender depois de ter feito, sendo jovem, aquela pregação, e quantas lágrimas lhe custou arrancar-se da escravidão à qual havia se entregado. Não recordou a oração com a que o santo substituiu a outra, uma vez reconquistada a liberdade: "Tu me mandas que seja casto; pois bem: dai-me o que me pedes e pede-me o que quiseres" [2].

No canto do Inferno, que o comediante comentou admiravelmente, Dante brinda uma destas motivações profundas, à qual, no entanto, não se deu tanta importância. O mal é submeter a razão ao instinto, ao invés do instinto à razão. "Soube que a um tal tormento / sentenciados eram os pecadores carnais / que a razão ao desejo submeteram". O desejo tem sua função se é regulado pela razão; caso contrário, converte-se no inimigo, não no aliado do amor, levando aos crimes mais brutais dos quais as notícias recentes nos têm dado exemplos.

Mas vamos mais diretamente à nossa reflexão. A vida espiritual não se reduz certamente apenas à castidade e à pureza; no entanto, é verdade que sem elas, todo esforço em outras direções torna-se impossível. Trata-se, verdadeiramente, como chama Paulo no texto citado, de uma "arma da luz": uma condição para que a luz de Cristo difunda-se ao redor de nós e através de nós.

Hoje se tende a contrapor entre si os pecados contra a pureza e os pecados contra o próximo, e se tende a considerar verdadeiro pecado apenas aquele contra o próximo; ironiza-se, às vezes, sobre o culto excessivo dado no passado à "bela virtude". Esta atitude, em parte, é explicável; a moral havia acentuado muito unilateralmente, com anterioridade, os pecados da carne, até criar, às vezes, autênticas neuroses, em detrimento da atenção aos deveres para com o próximo e também em detrimento da própria virtude da pureza, que era, de tal maneira, empobrecida e reduzida à virtude quase só negativa, à virtude do saber dizer não.

Mas agora se passou ao excesso oposto e se tende a minimizar os pecados contra a pureza em benefício (freqüentemente só verbal) de uma atenção ao próximo. É ilusão crer que se pode harmonizar um autêntico serviço aos irmãos – que requer sempre sacrifício, altruísmo, esquecimento de si e generosidade – e uma vida pessoal desordenada, toda orientada a deleitar a si mesmo e às próprias paixões. Acaba-se, inevitavelmente, por instrumentalizar os irmãos, como se instrumentaliza o corpo. Não sabe dizer SIM aos irmãos quem não sabe dizer NÃO a si mesmo.

Uma das "desculpas" que mais contribuem a favorecer o pecado de impureza na mentalidade das pessoas e a descarregá-lo de toda responsabilidade é que não faria mal a ninguém, não violaria os direitos nem as liberdades dos demais, a menos – se diz – que se trate de violência carnal. Mas além do fato de que viola o direito fundamental de Deus de dar uma lei a suas criaturas, esta "desculpa" é falsa também com relação ao próximo. Não é verdade que o pecado de impureza permanece em quem o comete.

No Talmud judaico, lê-se uma passagem que ilustra bem a solidariedade que existe no pecado e no dano que cada pecado, inclusive pessoal, acarreta aos demais: "Algumas pessoas encontravam-se a bordo de uma barca. Uma delas tomou uma ferramenta e começou a perfurar a madeira. Os demais passageiros, ao verem, disseram: – Que fazes?. Ele respondeu: – Que vos importa? Acaso não é debaixo do meu assento que estou perfurando? Mas eles replicaram: – Sim, mas a água entrará e atingirá todos!". Não é o que está ocorrendo em nossa sociedade? Também a Igreja sabe algo do mal que se pode ocasionar a todo Corpo com os erros pessoais cometidos neste campo.

Um dos acontecimentos espirituais de maior relevância destes últimos meses foi a publicação dos "escritos pessoais" da Madre Teresa de Calcutá. O título eleito para o livro que os reúne é a palavra que Cristo dirigiu no momento de chamá-la à sua nova missão. "Come, be my light"; Venha, seja a minha luz. É uma palavra que Jesus dirige a cada um de nós e que, com a ajuda da Virgem Santíssima e a intercessão da beata de Calcutá, queremos receber com amor e procurar pôr em prática.

Sexualidade e castidade
1. Introdução

Muitos hoje, em um grande pré-conceito em relação à fé católica, acreditam que a Santa Igreja vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso, e isso é um engano.

Um olhar mais aprofundado sobre a doutrina católica mostra a imensa dignidade na qual a Santa Igreja vê a sexualidade. Diz o Catecismo da Igreja Católica que "a união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador. (...) Dessa união procedem todas as gerações humanas." (Catecismo da Igreja Católica, 2335).

Diz também o Catecismo ainda que, pela sexualidade, “os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, 2367) Isso está claro já nos primeiros capítulos da Sagrada Escritura, quando Deus cria o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, e lhes diz: “Frutificai, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1,28) E mais adiante: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24)

Se, portanto, a Santa Igreja crê que:

* pela sexualidade o homem e a mulher imitam a generosidade de Deus
* Deus condiciona ao ato sexual nada menos do que a geração de uma nova vida humana
* pelo ato sexual os esposos participam do poder criador de Deus
* o próprio Deus ordena que, em sua vocação natural, o homem e mulher se unam no ato sexual

Como se poderá afirmar que a fé católica vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso?

Foi o próprio Deus, ainda, que dispôs a natureza de forma à haver prazer no ato que perpetua a espécie humana - da mesma forma que normalmente há prazer natural em todos os atos humanos necessários para a sobrevivência e perpetuação da espécie: comer, beber, dormir, e assim por diante.

O Sagrado Magistério da Igreja ensina ainda que não há problema algum em os esposos desejarem este prazer no ato sexual e o gozarem, desde que isso seja vivido nos justos limites. Nesse sentido, o saudoso Papa Pio XII nos ensina: "O próprio Criador estabeleceu que nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação no corpo e no espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem manter-se nos limites de uma moderação justa." (Catecismo da Igreja Católica, 2362)

2. Finalidades procriadora e unitiva

Quais seriam estes justos limites? É aquilo que a fé católica chama de virtude da castidade. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: "A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa." (Catecismo da Igreja Católica, 2347) E ainda: "Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu estado de vida." (Catecismo da Igreja Católica, 2348) Ou seja, a virtude da castidade consiste na maneira correta de viver a sexualidade. Cada membro da Santa Igreja é chamado por Nosso Senhor Jesus Cristo à viver a castidade segundo a sua vocação.

Para isso, precisamos compreender que o ato sexual naturalmente tem duas finalidades: a finalidade unitiva, que diz respeito ao bem e à santificação do casal, e a finalidade procriadora, que diz respeito à geração da vida. Diz o Catecismo: "Salvaguardando esse dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e sua ordenação para altíssima vocação do homem para a paternidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2369)

O prazer é consequência natural do ato conjugal, e não finalidade do ato. Assim, qualquer atitude que faça uso da sexualidade buscando o “prazer pelo prazer”, fora da sua finalidade unitiva ou fechando-se intencionalmente à sua finalidade procriadora, é uma atitude imoral.

3. Pecados contra a castidade

O Catecismo especifica: "Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais." (Catecismo da Igreja Católica, 2396)

A masturbação atenta tanto contra a finalidade unitiva do ato sexual, quanto contra a finalidade procriadora, e por isso é si mesmo imoral. Diz o Catecismo: "Por masturbação se deve entender a excitação voluntárias dos órgãos genitais a fim de conseguir um prazer venéreo. (...) A masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2352)

Embora a masturbação seja em si mesmo imoral, certos fatores psicológicos podem atenuar a culpabilidade do ato, de forma que, em certas circunstâncias, possa ser apenas um pecado venial ou não ser nem mesmo pecado, embora seja sempre um ato imoral (Catecismo da Igreja Católica, 2352).

A fornicação é a "união carnal fora do casamento entre um homem e mulher livres." (Catecismo da Igreja Católica, 2353) Atenta contra a finalidade unitiva do ato sexual, pois é praticado fora do compromisso definitivo entre homem e mulher que se dá no matrimônio. O contexto adequado para o ato sexual é, portanto, o matrimônio, e jamais o namoro, nem mesmo o noivado. A fornicação "é gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e educação dos filhos." (Catecismo da Igreja Católica, 2353)

Diz o Catecismo que "a homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominantemente, por pessoas do mesmo sexo. (...) Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2357)

A Santa Igreja, porém, acolhe e respeita o homossexual enquanto pessoa, embora não aprove as práticas homossexuais; ela ama o pecador, mas odeio o pecado. Diz o Catecismo: "Um número não negligenciável de homens e mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condições homossexual; para a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de descriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã." (Catecismo da Igreja Católica, 2359)

4. Castidade no matrimônio

Opõe-se à castidade no matrimônio:

* O adultério
* O espaçamento do nascimento dos filhos sem razões justas (sejam elas físicas, psicológicas, econômicas, etc)
* O espaçamento do nascimento dos filhos por métodos contraceptivos artificiais, que tornam o ato sexual intencionalmente infecundo

No matrimônio, "os dois se doam definitiva e totalmente um ao outro. Não são mais dois, mas formam doravante uma só carne. A aliança contraída livremente pelos esposos lhes impõe a obrigação de a manter una e indissolúvel." (Catecismo da Igreja Católica, 2364) O adultério designa a "infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais um é casado, estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem adultério." (Catecismo da Igreja Católica, 2380)

Como no matrimônio há uma união indissolúvel, se o matrimônio é válido e uma das partes do casal contrai a chamada "segunda união", comete adultério. Se, por condições particulares, a convivência enquanto casal torna-se impossível, e havendo dúvidas sobre a validade do matrimônio supostamente contraído (existem diversas razões que podem haver comprometido sua validade), deve-se procurar os Tribunais Eclesiásticos para avaliar se o matrimônio realmente existiu ou não.

Sobre isso, assim se expressou recentemente o Santo Padre Bento XVI: "Nos casos em que surjam legitimamente dúvidas sobre a validade do Matrimônio sacramental contraído, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o fundamento das mesmas. Há que assegurar, pois, no pleno respeito do direito canônico, a presença no território dos tribunais eclesiásticos, o seu caráter pastoral, a sua atividade correta e pressurosa; é necessário haver, em cada diocese, um número suficiente de pessoas preparadas para o solícito funcionamento dos tribunais eclesiásticos. (...) Enfim, caso não seja reconhecida a nulidade do vínculo matrimonial e se verifiquem condições objetivas que tornam realmente irreversível a convivência, a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial." (Sacramentum Caritatis, 29)

Deve-se observar que um matrimônio consumado jamais poderá ser anulado, mas sim, declarado que, por condições específica, sempre foi inválido.

Diz o Catecismo: "A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. (...) A Igreja, que está do lado da vida, ensinada que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida." (Catecismo da Igreja Católica, 2366) Porém, "por razões justas, os esposos podem querer espaçar o nascimento dos filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral. (...) A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação." (Catecismo da Igreja Católica, 2368-2370).

Como foi dito acima, as razões justas para espaçar o nascimento podem ser tanta físicas, como psicológicas, financeiras, e assim por diante (ver encíclica Humanae Vitae, n. 16), e isso é moralmente lícito se for feito através do métodos naturais. Existe um método de observação do corpo da mulher chamado método Billings, muito seguro se bem utilizado (segurança de 97%, segundo a Organização Mundial da Saúde). Uma rápida pesquisa na Internet mostrará muitas informações sobre ele, mas para aprender a utilizá-lo é importante procurar um instrutor experiente.

Por outro lado, é absolutamente imoral o uso de métodos contraceptivos que tornam o ato sexual infecundo (tais como: camisinha, pílula anticoncepcional, DIU, laqueadura e vasectomia), se utilizados com a intensão de fechar o ato sexual para a geração da vida. Nesses casos, e nos casos que mesmo por meios naturais o casal espaça o nascimento dos filhos sem razões justas para isso, a atitude se reveste de grande gravidade, pois o casal se fecha para a geração de vidas que se comprometeu à acolher quando assumiu o Matrimônio.

5. Luta pela castidade

O Catecismo cita ainda a luxúria como "um desejo desordenado ou um gozo desordenado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando buscado por si mesmo, isolado das finalidade da procriação e du união." (Catecismo da Igreja Católica, 2351) Aqui deve-se destinguir entre o "sentir" e o "consentir"; o sentir desejo sexual de forma desordenada é natural devido as consequências do pecado original em nós, e por isso mesmo não é imoral; o "consentir" no desejo desordenado, isto é, a atitude que tomamos em relação à este desejo desordenado é que pode ser virtuosa ou imoral, pois o pecado implica vontade. Esta atitude imoral pode ser tanto um comportamento externo ou uma atitude interna de "curtir" o desejo desordenado - e nesse sentido Nosso Senhor Jesus Cristo fala em cometer um adultério através do olhar (Mateus 6, 27-28).

Com toda a certeza são necessárias renúncias para viver a castidade. O próprio Senhor nos diz: "Aquele que quer me seguir, tome a sua cruz e siga-me. De que vale ganhar o mundo inteiro se vier à perder a sua alma?" (Mateus 16, 16) Por outro lado, reconhecer a necessidade da renúncia da sexualidade desordenada de forma nenhuma significa que o sexo, em si mesmo, é algo mau, impuro ou pecaminoso. Muito pelo contrário! Significa que a sexualidade é algo tão cheio de dignidade que não pode ser vivido de qualquer maneira.

O próprio Santo Padre Bento XVI escreveu à respeito do amor que os gregos chamavam de "eros", isto é, o amor entre homem e mulher: "Na crítica ao cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa. Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que, embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para degenerar em vício. Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação muito generalizada: com os seus mandamentos e proibições, a Igreja não nos torna porventura amarga a coisa mais bela da vida? Porventura não assinala ela proibições precisamente onde a alegria, preparada para nós pelo Criador, nos oferece uma felicidade que nos faz pressentir algo do Divino? Mas, será mesmo assim? O cristianismo destruiu verdadeiramente o eros? (...) São necessárias purificações e amadurecimentos, que passam também pela estrada da renúncia. Isto não é rejeição do eros, não é o seu « envenenamento », mas a cura em ordem à sua verdadeira grandeza." (Deus Caritas Est, 3-5)

Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, nos ensina: "Depois da queda de Adão, rebelaram-se os sentidos contra a razão, e não há para o homem mais difícil virtude a praticar do que a castidade." (Glórias de Maria, Tratado 3, cap. VI) Mas já dizia um grande sábio que "a juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo."

Para viver a castidade, é necessário, portanto, buscarmos:

* Vida de oração profunda
* Participação frequente no Santo Sacrifício da Missa e na Comunhão Eucarística
* Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade
* Vigilância em relação à tentações
* Fuga das ocasiões mais prováveis de queda
* Busca do Sacramento da Confissão sempre que for necessário

É um desafio que vale a pena!

Uma decisão acertada
Feliz é aquele que não condena a si mesmo no ato pelo qual se decide.

A cada etapa de nossa vida, vivemos momentos nos quais temos de assumir novas responsabilidades. As tomadas de decisões são resultados de aprendizado, vivência, amadurecimento, e normalmente, hesitamos quando estamos na iminência de uma grande deciSão.


Na tentativa de não sermos derrotados em um novo empreendimento, fazemos nossos cílculos, imaginamos e projetamos todos os resultados e conseqüências para um futuro, o qual mal sabemos se vamos viver. Algumas pessoas consideram que a atitude de decidir parece ser mais fácil para uns do que para outros; mas, na verdade, com o passar do tempo, enxergamos as coisas com maior clareza, pois nossas atitudes e nossa percepção a respeito do mundo se tornaram mais amadurecidas.

Agora, somos pessoas adultas, precisamos tomar as nossas próprias decisões. Mas onde poderemos buscar referências seguras a respeito das nossas intenções? Embora as decisões sejam uma atitude única e particular, sempre estaremos tomando como referência conceitos de outras pessoas, que já tenham experimentado aquilo que intencionamos viver.

Tomemos como exemplo as atitudes de um empresírio. Antes de assumir o próximo passo em seu empreendimento, certamente ele irá consultar as estatísticas, seus conselheiros e somente depois tomarí uma atitude na tentativa de alcançar seus objetivos. Em nossa vida as coisas não são muito diferentes. Antes de assumirmos nossas responsabilidades, precisamos avaliar – com equilíbrio – os nossos propósitos e nossa condição para gerir os resultados de nossas opções. Assim atingiremos nossos objetivos e evitaremos arrependimentos.

Por várias vezes admitimos ter tomado atitudes precipitadas, algumas das quais podemos ainda estar vivendo as conseqüências por conta das escolhas mal sucedidas. Mesmo que não seja possível “consultar” o futuro, podemos minimizar os riscos de uma deciSão evitando a precipitação em se satisfazer com uma resposta fácil ou ingênua.

A experiência tem demonstrado que as mais acertadas decisões são aquelas que foram assumidas ao conhecermos claramente seus objetivos e ao assumirmos verdadeiramente os seus propósitos. Embora possamos consumir vários dias para discernir uma escolha, não significa que não haverá situações de adaptações, mudanças ou sacrifícios.

O desejo em lutar pelo objetivo proposto nos faz viver a fidelidade de nossa deciSão e o sentimento de satisfação nos vem quando percebemos que tomamos uma decisão acertada.

Feliz é aquele que não condena a si mesmo no ato pelo qual se decide.

Deus nos abençoe com a clareza sobre aquilo que desejamos fazer.
José Eduardo Moura / www.cancaonova.com
webenglish@cancaonova.com

As máscaras que se opõem ao amor
Por: Juan L. Pedraz

Se há uma decisão importante na vida do ser humano, esta decisão é casar; no entanto, se há algo que não se pensa, é exatamente isso. Por que o amor à primeira vista, aliás, o desejo a primeira vista, faz fracassar noivados e casamentos?

Existem três armadilhas para se enganar no amor:

• Acreditar que se amam quando somente existe desejo entre os dois.

• Acreditar que têm muito em comum, quando talvez não tenham absolutamente nada.

• Acreditar que estão pensando, quando na verdade estão sentindo.


Chamo armadilhas porque a armadilha consiste em fazer acreditar que não são armadilhas, é por isso que a pessoa confia, diminui a vigilância e, de um momento para o outro, se encontra presa irremediavelmente.

Amor ou desejo?

A primeira armadilha é confundir a paixão com o amor. Os namorados que chegam ao “x” do problema vêem que ele consiste em averiguar se realmente se amam ou se, principalmente, sentem paixão. Em síntese, o problema está em averiguar se meu namorado ou minha namorada é assim, ou seja, bom e responsável (e então seguirá sendo sempre), ou se somente está atuando, isto é, está tratando de aparentar que é uma boa pessoa e, até mesmo inconscientemente, atua, faz um teatro. O amor exige muitas renúncias e sacrifícios, e se a pessoa não for realmente generosa, depois de algum tempo será muito difícil fingir.

Existe uma maneira simples de averiguar o que uma pessoa realmente é, e não o que parece ser: se seu namorado for compreensivo, tiver muita consideração e for responsável, será assim com todo mundo e não somente com você. A mesma coisa poderia ser dita da namorada. Se um metal for ferro, reagirá como ferro com qualquer metal; se somente reage como ferro com três metais, definitivamente não é ferro.

A mesma coisa acontece aqui: se alguém só for respeitoso, prestativo e amável com determinadas pessoas, definitivamente não é respeitoso, amável e prestativo, ou seja, somente está atuando. É preciso observar como esta pessoa se comporta com aqueles de quem não espera nada, como suporta e reage diante dos problemas e tensões comuns em toda convivência. Como se comporta com seus pais, irmãos, amigos e inimigos, companheiros, garçons, etc.? Ali está a chave.

Mas acontece que os namorados somente julgam um ao outro pela forma como o parceiro o/a trata. E como a noiva vê que ele é bom e simpático, pensa que ele é realmente assim. Não se importa em saber como ele trata aos outros porque isso não a afeta, não tem que sofrer, e diz: ”Comigo ele é diferente”. Poderíamos lhe dizer: “Por agora, mas deixe que o tempo passe e diminua a paixão...”. Se com ela é diferente, isto quer dizer que ele não é assim, está atuando.



O maior erro é pensar que com ela sempre vai ser diferente. Isto supõe uma ingenuidade do tamanho do monte Everest, pois não sempre vai ser assim, porque o gênio acabará por se impor. A beleza amansa os homens selvagens e amacia o gênio, mas – quando a beleza ou o impacto passar – o ser humano voltará a ser o que era.

Existe uma razão que impede que os namorados se mostrem como na verdade são: a falta de ocasiões em que um ser humano se mostra tal como é. Conhecemos os seres humanos nos momentos de tensão, de crises, de fracasso, de frustração, como diz Saint-Exupery: “O homem mede a si mesmo diante do obstáculo”.

“O casamento é a situação existencial que mais felicidade pode proporcionar à maioria dos seres humanos”, por isso todo mundo quer se casar, embora vejam casos de fracassos ao seu redor. Percebem que determinada esposa é voluntariosa, altaneira, egoísta e procura explorar um homem para que pague seus caprichos, ou que outro lar se transformou em sala de torturas. Quando o casamento deveria ser uma estrutura criada pelo amor total para se expressar e se perpetuar.

Achar que têm afinidades quando, na verdade, só gostam de estar juntos

Esta é a segunda armadilha que a atração física pode preparar para os namorados. O casamento não é a contemplação do outro, é convivência. É preciso que o amor entre eles seja também amor de amizade, devem compartilhar interesses e valores. Quando os esposos não são amigos, o casamento termina morrendo por monotonia ou por desânimo (porque é difícil viver permanentemente frustrado). Estas tensões são fortes também quando são de diferentes religiões, ou quando os dois aceitam a mesma fé, mas um é praticante e o outro não.

Acreditar que estão pensando, quando só estão sentindo

Esta é a terceira armadilha. Achar que pensam quando somente racionalizam o desejo. Quando se pensa, se consideram todas as razões a favor e contra; quando se sente, são consideradas somente as razões ditadas pelo desejo, aquelas que o justificam. As razões contrárias não são contempladas; e quando são, não impressionam, ou são rejeitadas. É típico o caso em que dizem à moça: “Este rapaz não lhe convém porque é preguiçoso, ou porque é bêbado ou mulherengo”. E ela responde: “É sim, mas o meu amor vai transformá-lo”. A realidade mostra que, no logo prazo, não vai mudar porque ele já tem hábitos formados.

Naturalmente, quanto mais forte for a paixão e o desejo, maior será a incapacidade de pensar objetivamente. Poucos desejos têm a violência e a intensidade do desejo físico e sexual. Por isso, quando os noivos estiverem profundamente apaixonados, terão pouca capacidade para raciocinar. Dizem que “o amor é cego”, e aqui existe uma confusão entre amor e desejo. O amor verdadeiro é muito lúcido porque está fundamentado no conhecimento da pessoa e, por isso, vai crescendo com este conhecimento. O desejo, ao invés, nem vê nem quer ver, ou somente vê o que quer ver.

Os namorados devem pensar quando ainda forem capazes de pensar, isto é, quando ainda não estiverem apaixonados. No início, não penam porque não se preocupam, porque não estão apaixonados, por isso é preciso pensar: “De quem vou me apaixonar?”.

É preciso ver como começa a maioria dos namoros: gostam um do outro, continuam saindo e vão gostando cada vez mais. Começam a namorar. Agora já não podem pensar, somente podem sentir. Já não raciocinam, somente racionalizam. Apaixonam-se, sem ter averiguado antes se deveriam se apaixonar. Uma vez apaixonados, mesmo se ele for Pedro “O Malvado”, vão terminar se casando, de qualquer maneira.

O único tempo útil que os namorados têm para pensar objetivamente, se convém ou não o namoro, é quando ainda não estiverem apaixonados, mas vêem que podem chegar a se apaixonar. “No meu caso é diferente”, dirá alguma, e depois acontece a mesma coisa que com as outras e acabam igual. O que lhe faz pensar que seu caso é diferente? A vontade que têm de acreditar nisso. Todos os namorados pensam que seu amor é único.

Todos os sentimentos duram enquanto acreditarem que são eternos, por isso também a pessoa que passou por um desengano amoroso acha que para ela a vida já não tem sentido. Alguns pensam em suicídio, mas, um pouco depois, vão terminar rindo da própria estupidez.

Outras dizem: “Vão ver como eu vou mudá-lo”. Uma vez que o homem acredita que já tem a moça “no papo”, voltará a ser o que era. Não se trata de uma mudança tática; o namorado faz verdadeiros esforços e sacrifícios, mas são os sacrifícios que todo mundo faz para conseguir aquilo que desejar, mas que durará o tempo que o desejo durar. O erro da namorada está em pensar que sua influência sobre ele não vai diminuir. Repete-se o slogan: “Mas todo mundo pode mudar...”. Se uma pessoa mudou, tem que ter mudado com todos, e não somente com a namorada. Lamentavelmente, não sabemos experimentar em cabeça alheia.

Ouve-se dizer: “Amo-o tanto que não me importa o que no futuro me possa fazer”. Quando ouvir os insultos e os palavrões, quando ele chegar bêbado, quando você sentir indiferença com a sua pessoa, quando já não estiver interessado em você, aí então será quando deveria não se importar. Porém, quanto mais você amar, mais vai se importar.

(Resumo elaborado por Rebeca Reynaud, baseado no livro de Juan L. Pedraz, S.J.: Tres trampas del noviazgo).

Ninguém erra por buscar a vontade de Deus!
Por: Renan Félix

Muitas vezes, ao partilhar algo com jovens, que assim como eu, se sentem chamados a uma vocação, escuto sempre esta frase: “Eu tenho medo de errar, de não ser esse o lugar que Deus quer!” Este é um questionamento que sempre aflige o coração daqueles que estão descobrindo sua vocação.

Olhando para a minha curta caminhada vocacional, percebo que eu também me fiz esse questionamento, e que ele nada mais é do que medo disfarçado de preocupação. Isso mesmo: medo.

O jovem tem medo de se decidir por algo, de tomar uma decisão definitiva, que somente ele vai arcar com as conseqüências. Muitos buscam pessoas, palavras, sinais, para confirmar a sua vocação, o que – em muitas situações – pode significar o desejo de responsabilizar alguém pelas suas atitudes. O jovem tem medo de decidir pela sua vida.

Esse medo começa a partir do momento em que ele se percebe crescendo, amadurecendo, se comprometendo. É neste momento que, na grande maioria das vezes, Deus entra na vida dele e faz o chamado. Agora ele tem de se decidir!

Vivemos em uma sociedade que desacreditou nas escolhas definitivas, que desacreditou em tudo que é para sempre. É nessa sociedade que os jovens hoje se vêem.

Mas há um caminho! Deus quando escolhe alguém é de forma definitiva. A escolha de Deus independe do seu querer, do seu medo. Claro, Ele o escolhe, mas você é quem dá o sim. Mas mesmo que você fuja, corra, o chamado vai sempre estar no coração de Deus, e se você mudar de idéia, Ele estará pronto a conquistá-lo novamente.

Não tenha medo de se arriscar no caminho que leva à vontade de Deus. Não tenha medo de errar, de perceber mais na frente que não era bem aquele o lugar que Deus havia preparado para você. Deus vai aproveitar de todas as suas experiências para fazê-lo crescer. Se não for aquele o ponto de chegada, durante a corrida Deus vai lhe mostrar o desvio. Não tenha medo de se arriscar!

Independente da vocação – matrimônio, sacerdócio, vida consagrada ou até mesmo uma vocação profissional – no mundo irão existir sempre dois tipos de pessoas vocacionadas por Deus: as que se arriscaram e descobriram a verdade do Senhor para elas, e as que nunca deram passos e ficaram sempre se questionando: “E se eu tivesse dado passos nesta direção?” Você é quem escolhe que tipo de pessoa quer ser.

Medo todos temos. Eu o tive. Eu o tenho. Mas cada vez que esse medo salta em meu coração eu me lembro de Quem me chamou. Lembro-me de que foi Deus quem me fez o chamado, e Ele pode cuidar de tudo – basta que eu deixe que Ele cuide – e dê passos na fé.

O segredo é se arriscar! Ninguém erra por buscar a vontade de Deus. Se você se lançar, o mais Deus tudo fará!

Deus abençoe a sua vocação!

A segunda virgindade
Por: Diana García e Rosario Alfaro Martínez

O que acontece se eu já tive relações sexuais? Se você já teve relações sexuais no passado, pode procurar o amor de Deus e, com a ajuda Dele, pode começar a viver a castidade hoje mesmo. Podemos pensar que a castidade é somente uma questão física, mas também implica nossa mente, emoções e motivações, trata-se de tomar a decisão de viver o que se chama segunda virgindade.

A segunda virgindade é DECIDIR DESDE ESTE MOMENTO NÃO VOLTAR A TER RELAÇÕES SEXUAIS ATÉ O CASAMENTO.

Alguns dos benefícios de reservar o sexo para o casamento são:

- Você terá mais tempo para conhecer sua namorada/o.

- Ajudará a encontrar alguém que o/a valorize pelo que você é.

- Incrementará o respeito por si mesmo e pelos outros.

- Ter uma consciência sem culpas, sem conflitos nem arrependimento.

- Ajudará a praticar a fidelidade, o controle de si mesmo e a pureza.

Com certeza, é muito mais difícil uma segunda virgindade porque o sexo, em si mesmo, é uma coisa prazenteira e agradável, porém – por si mesmo – não dá felicidade. Pense nisto: uma pessoa não pode morrer por falta de sexo, mas sim morremos por falta de afeto, por falta de amor.

Aprenda a amar, procure a virtude da castidade como uma jóia preciosa. Procure Deus, Ele é o Amor, (1 João 4, 8), permita ser amado por Ele, siga seus mandamentos e, então, no casamento você poderá viver tudo de bom que têm o Amor e o sexo juntos.

As ofensas castidade
Por: Diana García

Algumas das formas de prejudicar nossa sexualidade e de não
praticar a sexualidade são:

1. Luxúria. É o prazer (1), porque a luxúria não se entrega,
nem se dá; somente está preparada para receber prazer sexual,
ou seja, procura o prazer por si mesmo e não como uma conseqüência;
ignorando as finalidades de procriação e união das relações sexuais.

2. Masturbação. Entende-se por masturbação a excitação dos
órgãos genitais a fim de obter um prazer venéreo. (2) O fenômeno
da masturbação é um fenômeno comum, estatisticamente comum,
que não é o mesmo que norma ou correspondente natureza
humana (3).

3. Fornicação (4). A fornicação é a união carnal entre um homem
e uma mulher fora do casamento. Isto é, quando existem relações
pré-matrimoniais ou aqueles casais que vivem juntos sem estarem
casados.

4. Pornografia. Agora todos os meios de comunicação (televisão,
teatro, imprensa e cinema) nos oferecem abertamente cenas
pornográficas, são cenas comuns que podemos ver em qualquer l
ugar e a qualquer hora. Porém, não por isto é algo normal e bom
para a pessoa.

5. Prostituição. A prostituição é a relação sexual por dinheiro e que
se realiza com mais de uma pessoa (5), atentando contra a dignidade
da pessoa que se prostitui, posto que fica reduzida ao prazer sexual
que se tira dela (6).

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(1) PIEPER, Josef; Las virtudes fundamentales; Ediciones Rialp;
Madrid; 1980; p. 241.
(2) Catecismo da Igreja Católica; no. 2352
(3) TREVIJANO, Pedro; Madurez y sexualidad; Ediciones Sígueme;
Salamanca; 1994; p. 106
(4) Catecismo da Igreja Católica; no. 2353
(5) TREVIJANO, Pedro; Madurez y sexualidad; Ediciones Sígueme;
Salamanca; 1994; p. 163.
(6) Catecismo da Igreja Católica; no. 2354

O que é a castidade?
Talvez algumas das perguntas mais freqüentes entre os jovens sejam: Por que temos de esperar? O que é a castidade?. Atualmente, poderíamos pensar que ninguém mais a vive e muito menos a promove.

A CASTIDADE consiste no domínio de si, na capacidade de orientar o instinto sexual ao serviço do amor e de integrá-lo ao desenvolvimento da pessoa. A Igreja nos diz em "Orientações educativas sobre o amor humano":

"A castidade é exatamente essa virtude do controle, governo, domínio, essa ginástica do coração que mantém em forma a dimensão sexual da pessoa e sua possibilidade de um amor maior".

É a melhor forma de compreender e, sobretudo, de valorizar o amor. Não é uma negação da sexualidade, mas a melhor das preparações para a vida conjugal.

A Castidade é a virtude que nos ajuda a nos conhecer, a poder amar de verdade aos demais e nos sentir amados por eles.

Viver a castidade não significa:

- não sentir atração pelo sexo oposto

- não ter sentimentos de atração por seu namorado ou por sua namorada
- não ter maus pensamentos, mas freá-los no momento em que nos conscientizamos deles.

- não ter impulsos sexuais.

Tudo isto pode existir em nós, mas o importante é que aprendamos a nos controlar e tomemos as rédeas de nosso próprio corpo.

Temos de dizer, no entanto, que não é a virtude mais importante da vida cristã, a virtude mais importante é o AMOR ou a CARIDADE, mas a castidade é, por assim dizer, filha desta virtude, está subordinada a ela, não se trata de agüentar-se e, sim, de se reservar para se entregar, nisso consiste a castidade.

O amor não é dependência

or: Macrina Acosta

A dependência emocional é a necessidade afetiva extrema que uma pessoa sente por outra. Não está baseada na sucessão destas relações, mas na personalidade, ou seja, a pessoa é de caráter dependente. Quando está sozinha, sua patologia provoca que procure outra pessoa que a compreenda e a ame.


Segundo o doutor Carlos Llano, filósofo do século XXI, duas características condicionam a possibilidade de ter um caráter sólido: a humildade e a castidade. Se estas qualidades forem deixadas de lado, a pessoa será medíocre, insignificante. Assim acontece porque a humildade e a pureza são as bases do caráter, sendo uma espiritual e a outra corporal.

Entre as pessoas dependentes emocionalmente, existem os casos patológicos e os casos padrões. Estas duas categorias devem-se a que a dependência emocional é um processo contínuo que começa com a normalidade e termina com a patologia, isto é, existem diferentes níveis de gravidade.

Nas dependências mais leves, tipo padrão, encontraremos somente algumas destas características. Aqui estão classificadas, entre outras, determinadas pessoas que foram vítimas de violência doméstica.

Nas relações interpessoais, há uma tendência à exclusividade, por exemplo, nas relações de amizade. A pessoa fica mais à vontade falando com um único amigo do que a um grupo numeroso, no qual não tem uma resposta afetiva necessária. Esta exclusividade, dentro das relações de casal, dá a entender que, mais do que carinho, existe uma necessidade de companhia e implica uma certa falta de maturidade pessoal. Uma pessoa se torna o centro existencial do indivíduo e todas as outras realidades ficam de fora.

Estes indivíduos precisam de uma comunicação constante com a pessoa da qual dependem. Isto se traduz em contínuas ligações telefônicas, mensagens no correio de voz, apego excessivo, desejo de compartilhar com ela qualquer atividade.

Existe muita ilusão no princípio de um relacionamento ou quando se conhece uma pessoa interessante. Esta ilusão tem muito de auto-engano. Também existe a subordinação nas relações de casal, como um meio para preservar a relação de qualquer maneira. Os relacionamentos dos dependentes emocionais são marcadamente desequilibrados. Um dos componentes só se preocupa por seu bem-estar, por fazer o que seu parceiro desejar, de magnificar e louvar tudo o que faz.

O narcisismo destas pessoas é a contrapartida da baixa auto-estima dos dependentes emocionais, por isso se produz esta idealização e este fascínio.

As relações de casal atenuam sua necessidade, mas continuam sem ser felizes e nem esperam sê-lo porque sua existência é uma sucessão de desenganos e não têm o componente essencial do bem-estar: o amor próprio ordenado, o querer bem a si mesmos. Vivem em um contínuo pânico diante da possível ruptura e existe a possibilidade de padecer transtornos mentais, se isso acontecer.

Esta tormenta emocional diminui milagrosamente quando aparece outra pessoa que cubra as necessidades afetivas do dependente e é muito freqüente que a ruptura se produza quando já se tem outra relação. Quando isso acontece, o centro da existência passa a ser a nova pessoa. A diferença com pessoas normais é que estas costumam guardar um período que poderíamos chamar de “luto”, após uma separação amorosa, período no qual não se tem muito ânimo de procurar outra pessoa porque a anterior ainda ocupa um lugar privilegiado.

Os dependentes dominantes se caracterizam por ter relações de dominação em lugar de submissão, sem por isso deixar de sentir dependência de seu parceiro/a. Na dependência emocional normal que as relações de casal se caracterizavam pela submissão e pela idealização. No caso da dependência dominante, simultaneamente com a necessidade afetiva, surge um sentimento de hostilidade, que pode ser interpretada como uma espécie de vingança pelas carências sofridas, que certas pessoas com uma auto-estima mais sólida podem se permitir o luxo de mostrar. Normalmente são os homens, e isto tem possívelmente implicações tanto biológicas como culturais, porque eles sofrem pressões sociais para adotar posições de força e competitividade, além de certa facilidade para o desligamento afetivo das demais pessoas.

Atrás desta posição de superioridade, esconde-se uma profunda necessidade e controle do outro, que querem sempre consigo, de modo exclusivo. Nestes tipos de dependências são muito comuns os ciúmes, inclusive os patológicos, que escondem a necessidade e o sentimento de posse que sentem pelo parceiro/a.

Com esta atitude de domínio, obtêm o mesmo que deseja o dependente emocional padrão, ou seja, a presença contínua do companheiro/a e, além disso, satisfazem outra tendência mais hostil e dominante, saciando assim seu ego e rancor pelas pessoas.

Um procedimento que se pode utilizar para confirmar a presença da dependência emocional é propor um tempo de separação ou de ausência de contato com o parceiro/a. Se a hostilidade, dominação e desprezo são puros, agüentarão perfeitamente este período, porque realmente não têm sentimentos positivos para com a outra pessoa; se existir dependência, a chamarão com qualquer desculpa pela necessidade imperiosa que têm.

Mas, com certeza, este fenômeno se revela e também chega a ser reconhecido pelo que o padece quando acontecer uma separação. Como é fácil imaginar, as separações são freqüentes neste tipo de relações possessivas porque a outra pessoa se cansa das críticas, da hostilidade, do desprezo, de sempre fazer o que o dominante quer ou de observar como nega, tanto para si mesmo como para os outros, qualquer sentimento positivo para o parceiro/a. Quando acontece a separação, o dependente dominante pode reagir exatamente igual a qualquer outro dependente emocional: entra em uma profunda depressão, suplica a sua/seu ex-companheira/o que volte, promete que vai mudar e reconhece como se comportou mal.

Um amor sadio tem suas áreas de autonomia.

Deus tem um plano para a sexualidade?
Por: ALMAS, A. C.

Ao longo da história, o homem tem se perguntado sobre o sentido e o fim último da vida, da existência, do tempo, do amor, do bem e do mal e, também, da sexualidade. Sobretudo, parece que ultimamente, mais do que questionar outras coisas, se questiona sobre a sexualidade. Basta ver os outdoors nas avenidas, os comerciais na televisão, abrir qualquer revista, para encontrar alguma coisa sobre a sexualidade. Infelizmente, não procuramos informações sobre a sexualidade com o Criador da mesma, mas com outros aprendizes que só têm “meias verdades”, para não dizer “mentiras completas”, que inclusive nos fazem pensar que Deus não tem nada a ver com a sexualidade e acreditamos que “outros” podem ter uma melhor explicação sobre este tema.

Porém não é assim, podemos observar atualmente duas posturas extremistas e equivocadas sobre a sexualidade:

1. Em um extremo, encontra-se a postura hedonista e utilitarista, na qual o único objetivo é satisfazer os impulsos e os sentidos, o mais importante é o prazer e a gratificação física, que EU me sinta bem. O mais grave desta postura é reduzir as pessoas a simples objetos sexuais e meios para atingir o bem-estar.

2. No outro extremo, encontramo-nos com a postura que vê a sexualidade como um tabu, como algo que causa vergonha, que é sujo e indigno, que somente se pode tolerar para a procriação, alguma coisa parecida com “um mal necessário”.

Ambas as posturas são erradas, já que a concepção CORRETA DA SEXUALIDADE (por assim dizer) é a que dá a este aspecto da vida seu justo valor como um dom de Deus, ofertado ao homem para fazê-lo co-participante da criação por meio da fecundidade que surge da entrega de amor esponsal entre o homem e a mulher.

A sexualidade concorda com o plano de Deus quando respeita seus dois fins: UNITIVO E PROCRIADOR.

- UNITIVO: isto é, quando a sexualidade é um meio para expressar amor. Por exemplo, os esposos "quando exercem sua sexualidade" realizam um ato de entrega e, portanto, é bom e lícito que gozem do prazer que a relação sexual implica. De fato, este prazer físico também é uma capacidade que Deus dá ao ser humano e que tem como finalidade a união dos esposos.

- PROCRIADOR: ou seja, que está aberto à vida. Ter a consciência de que o amor em si mesmo é fecundo.

Neste sentido, a sexualidade em si não pode ser considerada como alguma coisa “má”, ao contrário, desde sua origem provém de Deus e, por natureza, é BOA; inclusive, por estar unida à fecundidade, poderíamos chamá-la “sagrada”. No entanto, não devemos esquecer o fato de que, devido à natureza decaída do homem e como conseqüência do pecado original, a sexualidade, enquanto não for corretamente entendida e não estiver dirigida e integrada ao amor, pode chegar a ser uma ocasião de pecado, isto é, pode prejudicar a relação de amor entre Deus e o ser humano. Vale a pena lembrar que embora “a carne seja fraca”, todo homem possui a faculdade da liberdade, a vontade e a inteligência que lhe permitem viver a sexualidade conforme o desígnio de Deus.

Se tivermos alguma dúvida sobre o desígnio de Deus para a sexualidade, podemos aceitar como guia o sexto e o nono mandamento da Lei de Deus, para que desta maneira descubramos que a sexualidade faz parte de nossa natureza, sendo uma forma de ser pessoa, e que o ato sexual, exclusivo do matrimônio, é um presente de Deus para o amor. E, como se fosse pouco, leva implícito o dom da fecundidade. Portanto, a sexualidade é BOA porque nos faz semelhantes a nosso Criador, nos faz ser realmente imagem de um Deus que AMA e que dá VIDA.

O Amor Afetivo
Por: Liseane C. Almada Selleti

O Amor Afetivo é o Amor da expressão pelo afeto, é o amor que sai de nós através de um abraço, de um sorriso, de gestos, atitudes...

Quando o ser humano se sente amado, quando recebe o Amor Efetivo, que é aquele Amor que quem o dá, transmite de uma forma que não pensa em si, pensa somente no outro, pois ele quer o bem para outro, por exemplo: deixa de dormir para estudar com o filho, para dar um remédio, para cuidar do outro, deixa de comer algo para repartir, espera, quer descansar e está pronto para ajudá-lo no que for preciso, um quer comer chocolate e o outro quer pipoca, este perde o seu desejo para fazer a vontade do outro, para ver o outro contente, e esta alegria é sua também.

Vale lembrar, que quando a pessoa expressa o amor dessa forma, o inconsciente sempre responde que a mais feliz é aquela que amou e não a que recebeu o amor, claro que esta também se alegra, mas a nível de satisfação é maior naquela que o transmitiu.

E assim este que expressa o AMOR EFETIVO, gera no que recebe um desejo de retribuir, e este em primeiro lugar vai responder com o Amor Afetivo, ele vai expressar pelo afeto, pelo abraço, sorriso, beijo, gestos, o contentamento que sentiu ao SER AMADO PELO OUTRO. Ninguém consegue ficar indiferente ao Amor. A indiferença existe quando alguém não está se sentindo amado.

Então se você quer sentir-se amado DÊ AMOR, para RECEBER AMOR.

O EU PESSOAL que é aquela dimensão que existe no momento da concepção, contém em si todas as capacidades para Amar, para doar-se, é PRÓPRIO dele querer amar, querer fazer o outro feliz, mesmo que lhe custe algo, e este custo traz recompensas, traz satisfação, traz plenitude, alegria.

Quando uma pessoa aborda o seu inconsciente e pede-se a ela que veja o contexto da sua concepção, ela se vê recebendo qualidades, potencialidades de uma LUZ que transmite muita paz, e um grande amor. Após o encontro dos gametas, o EP entra no zigoto, que é o resultado do encontro do óvulo com o espermatozóide, com o desejo único de AMAR.

Este EP está dentro de mim e de você, por isto podemos amar, por isto somos capazes de Amar, somos capazes de nos sacrificar pelo outro.

Amar é o sentido primeiro da nossa existência, e não existimos para receber Amor, também, mas o receber é conseqüência da nossa atitude de Amar.

Portanto, a afetividade é a expressão do amor Efetivo, através do afeto, que são nossos gestos de amor, carinho, ajuda, acolhida, perdão, gratidão, bondade, generosidade, compreensão, são estas e outras as várias formas desse amor sair de nós.

Se queremos nos sentir amados devemos amar por primeiro, para despertar o amor no outro. Esta é a nossa maior e primeira capacidade que carregamos dentro de nós. É a capacidade de Amar que nos capacita a sermos grandes pessoas, inclusive, noutros aspectos de nossa existência. A grandeza, a profundidade de uma pessoa se mede e se dá pelo quanto ela ama.

Se ela não ama, o seu inconsciente bloqueia a sua inteligência, a sua liberdade, a sua expressão, o raciocínio e como conseqüência esta pessoa não vai para frente. Ela se amarra. Vive numa constante angústia, medo, insegurança. O inconsciente dela a boicota porque não está vivendo de acordo com o que o seu EP pede, deseja e quer.

A nossa saúde física, emocional e espiritual depende do nosso amor, do amor que damos, não do que recebemos, claro, que receber é importante e nos faz bem, mas o faz se nos sentimos merecedores de recebê-lo por havermos dado.

Quem não dá amor, se deprime, sente-se num vazio existencial, falta sentido para viver.

Em resumo, o Amor efetivo é o amor em potencial que carregamos, como a semente que carrega a árvore e os frutos dentro dela, assim nós carregamos o AMOR.

E O AMOR Afetivo é a expressão do Amor Efetivo, através dos nossos gestos. Então, somos capazes de Amar!

Convido a você a permitir amar para ser amado.

A solução está no seu QUERER.

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O caminho para a maturidade

Por: ALMAS, A.C.


"A maturidade humana e, em particular, a afetiva, exigem uma formação clara e sólida para uma liberdade que se apresenta como obediência convencida e cordial à verdade do próprio ser, ao significado da própria existência, ou seja, ao dom sincero de si mesmo, como caminho e conteúdo fundamental da autêntica realização pessoal. Isto é importante para a resposta que se há de dar à vocação e para ser fiéis à mesma e aos compromissos que ela envolve, inclusive nos momentos difíceis" (S. João Paulo II) Pastores DaboVobis No. 44.

A maturidade afetiva e sexual é atingir o máximo desenvolvimento que uma pessoa pode atingir quanto a emoções e relações humanas, ou seja, é desenvolver nossa capacidade de amar e de ser amados. Porém, para poder amar os outros, precisamos ter uma correta auto-estima, por isso é preciso, primeiro:

Saber aceitar-se:

1) Aceite seu corpo e sua forma de ser

Você deve saber se aceitar como é; todo seu corpo, talvez tenha alguma cicatriz ou exista alguma parte que não considere muito atraente, mas todo seu corpo é valioso, cada parte é bonita e importante.

Aceite seu temperamento, tudo o que sente e pensa é o que lhe faz ser quem é.

Aceite suas doenças, inclusive quando há dor e sofrimento. Quando você aceitar, poderão se tornar mais leves.

Ame a vida e a natureza humana, já que nelas podemos ver Deus, imagine o valor que têm: Ele mesmo se disse “homem”.

Aceite sua inteligência para que não cheguem a mágoa e a autocompaixão.

2) Aceite suas tristezas

Pense nisto: há um fim para tudo e também para o sofrimento e a tristeza. Tome em suas mãos sua personalidade, assim como é, com todos seus defeitos, e ponha na mão de Deus pai. A Sagrada Escritura diz: “Ele (Deus) sabe de que barro estamos feitos”. Diga-lhe com confiança: “Eu aceito minha personalidade e modo de ser, porque tudo isto é expressão de sua vontade, e eu amo sua santa vontade porque você é meu Pai e tudo permite para um bem maior”.

3) Aceite sua história

Tudo que você viveu, até mesmo aquilo que já nem quer mais lembrar, foi necessário para ser hoje a pessoa que é, portanto deve aceitar, aprender com a experiência, reconhecer que – até nas piores circunstâncias –, Deus estava presente. Ele é o Senhor da História, e quando você aceitar sua história pessoal, convide-O para que Ele seja o Senhor de sua história.

4) Aceite sua família

Ninguém teve a oportunidade de escolher sua família, podemos escolher talvez com quem casar, amigos, trabalho, comunidade religiosa, etc.; porém jamais poderemos escolher nosso pai, Mãe, filhos, irmãos e demais famíliares. Assim, em lugar de querer mudar os que nos rodeiam, por que não amar estas pessoas? Por que não aceitar cada um assim como é?

Quando realmente você aceitar ser quem é, será o momento de percorrer o caminho para a maturidade.

6° Traço de maturidade: capacidade de adaptação
"As raposas tem covas, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. " (Lc 9, 58)

O adulto maduro tem a capacidade de adaptar se, criticamente, às diversas circunstancias da vida. A criança não apresenta grande capacidade de adaptação, é um ser que é indefeso. No caso da crianças as circunstâncias, o ambiente devem adaptar-se a ela. O adolescente é muito instável: apresenta um extraordinária capacidade de se adaptar às diversas circunstancias da vida e à diferentes pessoas, porém muda, intempestivamente, sem um motivo objetivo e suficiente.

A adaptação da pessoa madura e psicologicamente adulta constitui se num hábito expontâneo de flexibilidade e sensibilização, em face às exigências, apelos e expectativas das pessoas e situações com as quais convive.

Esta capacidade (ao menos quando exige uma capacidade ou condicionamento do tipo físico) vai se perdendo com os anos, porém não necessariamente a capacidade de compreensão, que se constitui no fundamento essencial da adaptação ao meio ambiente.

A capacidade de adaptação ao mundo em que vivemos, quando crítica e madura, parte do culto à verdade, esteja aonde estiver e seja proposta por que for. A pessoa madura está disposta a aceitar os valores tradicionais e, ao mesmo tempo, renovar se com as nova idéias, na medida em que forem uma resposta mais adequada, atualizada e vital para o homem e a sociedade moderna.

Relacionada diretamente com o problema da adaptação, situa se a questão da escolha do tipo de trabalho, carreira e profissão que permita a realização pessoal. O trabalho nos permite satisfazer convenientemente as necessidades fundamentais e as necessidades psicossociais, que tornam mais satisfatória e gratificante a atividade humana.

Fruto dessa realização pessoal será uma adaptação mais perfeita e um ajustamento pessoal mais compensador. Muitos dos desajustamentos de personalidade são devidos à falta de ajustamento ocupacional e vocacional. Algumas considerações sobre capacidade de adaptação:

• A adaptação prévia e fundamental é a aceitação cordial e funcional da própria realidade individual. Não podemos adaptar nos ao meio ambiente sem aprender a conviver, consciente e serenamente com nós mesmos.
• É bem mais fácil "a técnica" de ganhar amigos e conviver pacificamente com os outros, do que aprender a conviver com o conflito. Uma adaptação madura e adulta exigirá saber administrar os conflitos, e não apenas evitá los ou eliminá los.
• Para amadurecer é preciso focalizar o triunfo. Se me sinto frustrado quando não sou louvado ou elogiado, estou caindo no infantilismo, porque não confio na minha auto crítica. Se não sei elogiar, nem louvar, somente criticar, estou mostrando imaturidade (inveja, ciúme...). Certamente não podemos fazer consistir o êxito em que tudo seja triunfo, que tudo saia bem, que todos nos felicitem. Se o êxito é para nós um estímulo, o fracasso não pode se tornar uma ocasião para "introvertermo nos".
• Sempre existe no homem a possibilidade de mudar e de crescer. É isso que nos faz sentir vivos. O homem que não se concientiza desta dinâmica existencial, e, por comodismo, medo ou teimosia, rejeita toda possibilidade de mudar, submerge rapidamente num processo de empobrecimento e apodrecimento do ser integral.
• O homem trabalha para viver, para satisfazer sua necessidades fundamentais. Mas também é verdade que existem aspectos psicossociais importantíssimos que motivam o trabalho, que determinam uma opção, que estimulam o esforço pessoal, que definem e sintetizam no indivíduo trabalho e vida, profissão e vocação, esforço e alegria, facilitando a adaptação pessoal ao mundo do trabalho.
• O maior sinal de maturidade humana é a consciência de que chegará a hora em que devemos ser substituídos, (esta postura exige de nós uma atitude honesta, humilde e sincera) evidência dolorosa aceita com alegria sincera desejando que aquele venha depois de nós continue nossa história com maior eficiência e eficácia que nós mesmos, desejando cordialmente o seu triunfo.

Observação:

Refletir em como tenho me comportado diante do sucesso e do fracasso. Considerando que somos seres livres e inacabados, como tenho reagido diante das possibilidades de mudança e crescimento? Qual o sentido da minha atividade, ocupação, carreira, motivação vocacional? Tenho procurado enxergar o meu "tempo" em cada atividade que faço, procurando passar ao meu substituto "a tocha acesa" ?

5° Traço de maturidade: sentido da responsabilidade
" Se soubermos perseverar, com Ele reinaremos" (IITim 2, 12) A pessoa madura, psicologicamente adulta, está consciente das motivações legítimas do seu agir

Consequentemente, será capaz de justificar perante os outros, a sua busca de coerência entre as finalidades propostas e as ações concretas para atingi las, isto é, ela não age sem refletir sobre as finalidades e os efeitos da ação. A criança, por outro lado, age de maneira irrefletida e irresponsável, quase por instinto.

Por sua vez, o adolescente realmente age movido e determinado por finalidades conscientes, sem se preocupar com a legitimidade das causas que motivam seu agir.

O "sentido de responsabilidade" é fruto da vivência. Somente vivendo responsavelmente é possível, algum dia, ter verdadeiro sentido de responsabilidade. Trata se de um processo gradual e progressivo de educação autoconsciente.

O ser humano, desde a infância, deveria assumir gradativamente a responsabilidade por suas opções. Não é pregando, falando nem aconselhando que conseguiremos formar um homem realmente responsável.

As razões devem ser mantidas e defendidas (coerência entre a motivação e a ação) para que, perante a crítica alheia, nosso agir seja responsável e nossa ação se constitua em resposta coerente a nossa filosofia de vida.

O sentido de responsabilidade define e identifica um processo dinâmico que procura fazer com que nossa atividade vital seja a mais consciente possível. Consequentemente o adulto responsável:

• é eficaz no seu agir, consegue normalmente alcançar as finalidades.
• é rápido, evitando a moleza e a acomodação.
• é constante, perseverante, não desanima ante os obstáculos previstos ou imprevistos que se apresentam no seu caminho em direção ao objetivo previamente definido.
• esforça se por agir o mais perfeito possível, rejeitando os "jeitinhos".
• responsabiliza se também, quando preciso, pelos que vão colaborar com ele na tarefa decidida.

O homem que foge das responsabilidades, que não se arrisca conscientemente, quando preciso, que não assume, que não se compromete, tem traços de imaturidade como de uma criança. Vale ressaltar que é fundamental caracterizar a legitimidade da causa e a motivação do agir maduro da pessoa adulta e responsável. Para que uma causa seja considerada legítima, seus objetivos e finalidades deverão:

• estar fundamentados na verdade.
• o fruto da ação deverá ser um bem para outras pessoas ou para sociedade em geral.
• a ação, mesmo produzindo um bem, não poderá prejudicar ninguém. Exemplo: eu não poderia crescer, subir profissionalmente, pisando ou destruindo o outro.

Nem sempre é fácil nos conscientizar da legitimidade das causas e objetivos do nosso agir. Existem meios que podem nos ajudar: oração diária com auto reflexão ou exame de consciência, reflexão e partilha em grupo ou comunidade, aconselhamento e orientação de pessoas maduras.

Observação:

Refletir: como tem sido as motivações do meu agir ? Tenho assumido responsabilidades sobre as opções que tenho feito ? Uma vez decidido a agir, sou habitualmente: eficaz, rápido, perseverante e busco a perfeição?

4° Traço de maturidade:Avaliação objetiva ou crítca

"Não julgueis, e não serei julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos Por que olhas a palha que está no olho do seu irmão e não vês a trave que está no teu? " (Mt 7, 13)









A pessoa adulta, madura, elabora um mecanismo "quase automático" de auto avaliação e de crítica sobre os fatos e sobre os outros, porque suspeita que ele como os outros pode errar. Esta atitude fundamenta se na sincera e cordial aceitação das limitações e fraquezas, origem de todos os erros.

Contrariamente, é próprio da criança aceitar simplesmente, ingenuamente, sem crítica. O adolescente critica e muito (sobretudo o adulto), porém não suspeita, nem lhe interessa saber se está errado. Poderíamos afirmar que o adolescente critica "por esporte"... Mesmo assim, vai formando seu senso crítico-objetivo, se tiver um acompanhamento adequado.

A finalidade da crítica é a análise atenta e, quanto possível, objetiva, do modo de agir das pessoas e do acontecer na sociedade. Isto supõe um processo de identificação de causas, de avaliação de situações e comportamentos e da procura de novas soluções: tudo se dirige à formulação de uma verdade.

O primeiro sinal, início do processo de amadurecimento pessoal, é o começo da auto-reflexão, da auto análise e da autocrítica. Esta atitude é gerada pela consciência de nossa possibilidade de errar e da sincera aceitação da critica que os outros fazem de nós.

Esta atitude, quando habitual, é uma condição realmente eficiente e confiável para:

• o diálogo construtivo, no respeito consciente da opinião alheia.
• crítica objetiva e construtiva do ser e agir das outras pessoas.
• análise e avaliação objetiva dos fatos e acontecimentos.

Porém, para que a crítica seja objetiva e construtiva, deverá respeitar duas condições imprescindíveis.

Em primeiro lugar, um reconhecimento sincero dos aspectos positivos da pessoa ou do fato em avaliação. Sempre existem aspectos positivos. Não descobri los é sinal de imaturidade. Quem não os descobre ou não os quer reconhecer não está preparado para uma crítica madura.

Uma segunda condição: não julgar as intenções (evitando o mecanismo de projeção das próprias). O terreno da intencionalidade é o mais oculto e intimo do ser humano. Estamos sempre correndo o risco de errar no nosso julgamento a respeito dos outros.

Inclusive porque nem nós mesmos, em certas ocasiões concretas, estamos conscientes do "porquê" motivador do nosso agir... (Quem de nós ainda não disse: porque fiz isso... ?) Consequentemente, se nós mesmos desconhecemos nossas motivações mais ocultas, seria justo nos conceder o direito de interpretar e julgar o outro ?

Podemos afirmar que a característica de uma crítica ou autocrítica madura é o dinamismo e o entusiasmo para melhorar e crescer: o otimismo construtivo e criador. Assim, tal tipo de crítica é sempre um estimulo para as pessoas maduras.

Se eu "afundo", se me "magôo" em excesso, se fico "ferido" quando me criticam, certamente será:

• ou porque psicologicamente não sou maduro.
• ou porque a crítica não foi objetiva e construtiva.

Isto sempre acontece quando interpretamos as intenções dos outros ou os outros interpretam as nossas.

Observações:

Refletir como tem sido as críticas que tenho feito das outras pessoas e situações de vida: são realmente objetivas, ou são uma projeção da minha própria maneira de ser, pensar e/ou sentir ? Vivo na dependência do que pensam e acham de mim ? Aceito serenamente a minha realidade pessoal ? O meu positivo, minhas limitações e erros, minhas qualidades e virtudes ?

3° Traço de maturidade: Prevalência do amor oblativo
"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15, 13) Este é o terceiro taço de maturidade humana: prevalência do amor oblativo.

Oblatividade do latim oblatus, que significa oferenda. Portanto, entendemos aqui oblatividade como oferenda de si ao outro. Isso implica numa conduta generosa e altruísta, na qual a pessoa se esquece de si mesma e ama, fazendo com que o amor seja significativamente desinteressado e gratuito.

É pela oblatividade que se mede o amor, e através dela se revela sua autenticidade. Porque aquele que não se esquece de si, que não se oferece, não ama. A única prova confiável de amor maduro será o crescimento e a libertação da pessoa amada.

Simultaneamente, o amor-doação se constitui na negação radical de todo egoísmo. Só o ser que atingiu um certo grau de maturidade humana está capacitado para esta doação de si mesmo, que define a expressão do amor. Se amor é doação, a pessoa frustada no amor não será precisamente aquela que "não recebe", e sim aquela que "não se dá ".

O adulto "se dá aos outros". É esta a única forma não neurótica para enfrentar a solidão, problema essencial a todo ser humano. Ao invés, a criança sente uma necessidade irresistível e imprescindível de receber amor. É egocêntrica essencialmente. O adolescente, por sua vez, no seu caminho de amadurecimento, é capaz de se entregar com grande generosidade, porém, quase sempre, "procurando se a si mesmo".

Existem diversas etapas na vida do ser humano que lhe vão preparando para atingir a possibilidade de viver o amor maduro. Todas deverão ser vividas em plenitude. Se isso não acontece, mais cedo ou mais tarde, se notarão as conseqüências em formas e atitudes de vida desajustadas. Para chegar ao amor maduro e enriquecedor, devemos percorrer um longo caminho...

O caminho do amor:

A) lnfância: amor receptivo
B) Adolescência: treino para o amor
C) Juventude: experiência do amor
D) Idade adulta: maturidade, a vida do amor
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A) Infância: amor receptivo

É uma etapa importantíssima. A criança não pode dar se porque ainda não se possui. Só pode receber. Se esta etapa não for bem vivida poderá produzir marcas de difícil recuperação, sendo o principal sintoma a carência afetiva.

Contudo, a criança que vivência na sua infância no contato e convivência com os adultos o amor de presença, equilibrado e enriquecedor, estará dando seus primeiros passos, firmes e seguros, na caminhada para o amor maduro.

B) Adolescência: treino para o amor

A adolescência se constitui num processo perturbador de descobrimento do próprio corpo, dos próprios sentimentos e emoções e na descoberta do outro sexo, com todos os apelos conseqüentes: atração, excitação, necessidade irreprimível de relacionamentos interpessoais, como resposta afetiva e sexual. Tudo isso com freqüência, é experimentado de maneira traumaticamente confusa se não houver, nessa conjuntura, um acompanhamento cordial que facilite a libertação e a integração pessoal válida e criadora do instintos, interesses e sentimentos.

As relações humanas se estabelecem a partir dos princípios de disponibilidade e continuidade, confiança e previsibilidade, e tais condições se verificam na relação criança genitor e no matrimônio, porque aí reside a possibilidade de apoio, do cuidado e do crescimento. Pelo contrário, as relações passageiras e casuais são cheias de incertezas e ansiedades, sob a sombra do medo de perder aquela estabilidade que é base necessária para o desenvolvimento das relações humanas.

A relação sexual é um dom mediante o qual duas pessoas selam, em privado e público, a recíproca doação de todo o seu ser. Enquanto ambas não estiverem prontas para isso, a relação sexual não pode ser mais que uma parcial expressão de si mesmos e, geralmente, não passa de meio para sanar algum outro conflito na vida.

Um diálogo que compreende, que ajuda a compreender o problema, que acompanha com atenção a pessoa, que estimula a crescer sem comprometer a plenitude da própria sexualidade do outro ou da outra, está em condições de ajudar o adolescente a resolver seus problemas e superar eventuais carências afetivas anteriores e superar opções aparentemente evidentes ("todo mundo faz", "é normal") em nossa sociedade toda impregnada de permissividade e hedonismo.

É a partir destas colocações que consideramos a adolescência, simultaneamente com a puberdade, como um momento de singular e fundamental importância para o estabelecimento correto das bases para um posterior dialogo amoroso, adulto e maduro. Por esse motivo chamamos esta etapa de "treino para 0 amor".

O treinamento para o amor se dá por meio de uma amizade heterossexual sadia e enriquecera. O interesse pelos "outros" deve ser uma preparação para uma doação maior, preparação que se dá mediante pequenas doações, na entrega de si mesmo, no enriquecimento e crescimento pessoal, na abertura para as diferenças características do outro sexo e para as diferenças sexuais.

Todo este caminho de descoberta é válido e libertador quando orientado por valores eminentemente construtivos: conhecimento, compreensão e aproximação marcados pela procura das realidades mais profundas, no que diz respeito aos aspectos afetivos, emocionais, psicológicos...

C) Juventude: experiência do amor

A etapa de experiência do amor situa se na juventude, uma fase do desenvolvimento humano que já permite decisões e opções mais maduras. Esta experiência é mais facilmente alcançada, representando um seguro alicerce para edificação do amor maduro, quando for fruto de uma adolescência ia vivida em to da sua exuberância e riqueza de descobertas , minimizadas as repressões e medos.

O amor não mostra seu rosto secreto de imediato e fora do contexto em que pode crescer e amadurecer, somente num ambiente de fidelidade, devoção, abertura, respeito e perdão reciproco. A experiência do namoro não significa ainda amor, porque a experiência do amor começa quando se vive o encontro pessoal que ajuda os dois parceiros a viverem na paz, na harmonia com todos os componentes da personalidade; quando faz nascer a alegria de compartilhar, de confiar um no outro, de entrar juntos num caminho de crescimento.

O noivado é uma etapa importante dessa caminhada por ser o tempo do conhecimento mais verdadeiro, das diversas tonalidades, da ternura sem que esta ainda se traduza, para se tornar uma verdadeira e plena promessa de amor, uma repentina conclusão erótico-sexual. Um ajuda o outro a dar espaço a um "algo mais", percebido como a garantia de continuidade e fidelidade, como uma promessa de que mais cedo ou mais tarde as aspirações terão o selo da plenitude e da realização.

O jovem, a partir da experiência do diálogo sexual, pode elaborar e estabelecer seu projeto de vida com bases firmes e confiáveis e estar capacitado para uma opção de vida de promissora estabilidade e permanência. Este é o ideal almejado. A possibilidade de organizar o diálogo sexual de forma eminentemente construtiva dependerá, em última análise, da filosofia e eficácia do processo educativo. Só uma educação libertadora pelo amor e para o amor conseguirá imunizar o jovem perante as influências extremamente negativas de muitos condicionamentos sexuais.

D) Idade adulta: vida do amor

"Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério. Quero referir me a Cristo e a sua Igreja (Ef 5, 31 32). São Paulo alude aqui a dialética desapego-separação do filho em relação aos pais, à dinâmica do crescimento na identidade pessoal e da formação de novos laços afetivos os quais podem desembocar no matrimônio, numa união que simboliza e reflete a total doação de Cristo a seu como que é a Igreja.

Essa caminhada, cujas características mais significativas acabamos de analisar, tende a desembarcar na "vida do amor": vida determinada pela entrega de todo o ser ao outro e a outros, num processo dinâmico e habitual de integração interpessoal. Um matrimônio para chegar a realizar-se plenamente, exige a inteireza da relação, e esta exige continuidade, confiança, previsibilidade. A continuidade ajuda a resolver os conflitos, os problemas de agressão e alienação que se verificam em qualquer casal que tende à harmonia e à comunhão do amor através do perdão, da reparação, do aumento da compreensão recíproca para evitar novos conflitos.

A confiança ajuda a superar a preocupação de perder o parceiro, a ameaça de ser por ele abandonado, perder seu afeto e ter que recomeçar da estaca zero uma nova relação íntima. A previsibilidade dá forças para a caminhada que precisa ter margens seguras de elaboração de projetos, para que seja fonte de ulteriores desenvolvimentos, a partir de alguma coisa conhecida, vivida e realizada em comum.

Observação:

Refletir: como costumam ser marcados os meus relacionamentos afetivos (ciúmes, sentimentos de posse, submissão exagerada, insegurança afetiva...)? Deveria existir um "termômetro" que medisse a capacidade de amor oblativo nas pessoas, e este aprovaria ou reprovaria os jovens para o passo do casamento. O matrimônio exige o amor oblativo.

Observar a sua situação de vida a luz do que foi apresentado e refletir no grau de doação pessoal nos relacionamentos de namoro ou noivado ou casamento.

2° Traço de maturidade: Domínio sobre a afetividade
"Todas as coisas deste mundo não são mais do que terra, amontoa as debaixo dos seus pés, e estarás mais perto do céu"(Josemaria Escrivá Caminho)

O segundo passo do comportamento humano maduro é o domínio sobre a afetividade. Façamos algumas considerações sobre em que consiste a afetividade humana, antes de a relacionarmos com a maturidade.

A afetividade é a capacidade de experimentar (vivenciar) internamente a realidade exterior, sentindo o impacto por ela produzido no EU. É uma experiência interna de conteúdos emocionais acompanhada freqüentemente de manifestações somáticas, ainda que estes conteúdos estejam reprimidos no inconsciente.

"A visão clássica do ser humano tendia a ressaltar o valor do espírito em detrimento da realidade corpórea. Assim, no ser humano, o que realmente contava era a inteligência racional e a vontade livre. Sob essa perspectiva, o mundo escuro e indisciplinado dos afetos, emoções e sentimentos só poderia merecer um tratamento bastante depreciativo no processo de humanização.

"Claro que não podia ser negada a existência das afeições, pois eram experimentadas de maneira freqüentemente incômoda e perturbadora do equilíbrio racional. O problema era resolvido, amiúde, situando os abetos unicamente no domínio do mundo corpóreo sensível, justificando se assim, sua desvalorização. E quando se reconhecia na afetividade uma dimensão espiritual, não se sabia com certeza que a faculdade deviria ser atribuída: ao âmbito da razão ou ao domínio da vontade? As tentativas de referir a afetividade ao racional ou ao voluntário resultaram num apêndice difícil de ser integrado.

"A importância da afetividade no ser humano ficou evidenciada no mundo moderno sobretudo a partir da psicanálise. São as perturbações na afetividade que se encontram na base das neuroses. É impossível o amadurecimento da personalidade quando é descuidada a dimensão afetiva, fundamental no ser humano " (A Nova Evangelização e Maturidade Afetiva Pe. Afonso Garcia Rubio).

Em razão disto, qualquer distúrbio na vida afetiva poderá impedir o amadurecimento correto da personalidade, desencadeando processos doentios.

A criança, por carecer ainda dos meios intelectuais necessários para dominar suas emoções, é continuamente dominada pela afetividade no seu querer e no seu agir. A criança, mesmo que não compreenda com clareza, sente e vivência as situações com uma força extraordinária. O adolescente se carateriza por uma instabilidade afetiva sintomática. Seu psiquismo apresenta se como um complexo mundo de emoções, sentimentos, racionalizações, que condicionam um agir ao mesmo tempo riquíssimo e contuso, na sua incoerência.

Já o adulto, o ser humano maduro, tem um intelecto que lhe permite transferir ou deixar de lado, orientar, dirigir e aproveitar de maneira prática, dinâmica e construtiva sua afetividade. Pode aproveitar a riqueza da afetividade (e da sua expressão concreta, a sensibilidade) sem ser submerso por ela. É a inteligência, em definitivo, que assinala e determina, de maneira decisiva, o modo de agir. Há, porém, um aproveitamento da afetividade e da sensibilidade com um enriquecimento da personalidade, que dá calor humano e aproximação com os outros e com o mundo. Por isso a sensibilidade não pode ser destruída ou recalcada sem perigo de desajustamento psíquico.

O adulto que consegue, habitualmente, tal controle funcional e efetivo da sua afetividade apresenta se como um ser humano que:

* atua orientado por propósitos bem pensados; finalidades e objetivos concretos e claros, assumidos conscientemente: não hesita em pedir ajuda e orientação para chegar a um maior esclarecimento que lhe permita uma decisão mais garantida mas, ao mesmo tempo, se determina de maneira autônoma, prevendo os meios para chegar ao fim e superar obstáculos também previstos.

* persevera durante muito tempo, enquanto for necessária a ação para atingir a finalidade proposta, porque os obstáculos foram previstos e os meios para superá los também.

* supera sua afetividade espontânea; supera repugnâncias e atrações; sabe analisar os fatos e as pessoas de maneira mais profunda; nos conflitos com outras pessoas, sabe agüentar e superar situações.

* regido pela inteligência, hierarquiza valores atentivos colocando em primeiro lugar aqueles que o projetam fora de si em direção ao "outro" e, em último lugar, aqueles que se referem diretamente a ele próprio.

Observação:

Refletir sobre como a afetividade está agindo em mim, qual a influência da razão e da afetividade nas minhas decisões. Como tenho equilibrado a afetividade e sensibilidade na minha vida de forma integral? Tenho sido escravo de paixões?

1° Traço de maturidade: Prevalencia da extroversão
Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz siga me. Porque aquele que quiser salvar sua vida, perde la á, mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa recebe-la-á. (Mt 16,24 25)

O adulto vive num mundo onde prevalece o real e objetivo, ao contrario da criança que vivencia um mundo mais subjetivo e de fantasia. Entre um e outro encontra se o adolescente, ser em busca do amadurecimento, que se interessa por algo de fato objetivo, mas que não deixa de ter os traços narcisistas da criança. Este algo objetivo é "ele mesmo". Este é o 1° traço de comportamento humano moderno.

O termo "extroversão" não é aqui entendido como facilidade de relacionamento, de comunicação, mas indica uma atitude vital, essencialmente dinâmica. À medida que o ser humano se concientiza da existência de um mundo objetivo "diferente de si", aceitando o e interessando se sinceramente por ele de maneira comprometida, podemos dizer que o processo de amadurecimento da sua personalidade está ativado. Ao contrário, à medida que se introverte e se reduz ao próprio mundo subjetivo, se infantiliza.

Desta forma, o processo de amadurecimento não é nada mais do que uma "virada" no âmbito de nossos interesses pessoais, mudança progressiva de nosso centro de interesse vital, isto é, a "saída de nós mesmos" em direção ao mundo extemo no qual estamos essencialmente inseridos .

Pode se concluir que todo egocentrismo é, sob o ponto de vista psicológico, antes de mais nada, uma atitude ou comportamento infantil. Quando este comportamento toma se habitual, mesmo numa fase sucessiva à infância, é sinal característico de falta de maturidade, independentemente da idade cronológica, da cultura, da atividade e do próprio êxito profissional. O "adulto egocêntrico" é vivencialmente uma criança.

Consequentemente, todo isolamento dentro de si próprio, dentro do próprio lar, ou de qualquer outro tipo de sociedade "fechada" impede o amadurecimento. A vida do homem torna se verdadeiramente humana, quando dimensionada em função do que existe fora dele.

É preciso a coragem de expandir se. Isto significa sair de nossas "zonas de conforto", corrermos riscos indo além dos limites estabelecidos pelo medo em nossa vida. Expandir se exige um ato corajoso da mente e da vontade. Neste caminho de aventura e desafios descobrimos novos talentos que não sabíamos possuir, vencemos os medos, que sempre nos batem a porta, expomo nos aos outros, ao mundo, caminhamos para o amadurecimento. Como primeiro passo nesta direção: "Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje! "

Observação:

Refletir sobre minha postura e comportamento diante da vida: busco viver um mundo real, objetivo, ou me refugio, habitualmente no meu próprio mundo, elaborado pela minha imaginação e fantasia, como recurso de fugaz evasão do conflito e da luta?

Educadores e formadores devem atentar se que o protecionismo e o paternalismo exagerados produzem deformações:

* Personalidades egocêntricas e egoístas, empobrecidas em seu fechamento.

* Personalidades angustiadas, fixadas em sua solidão, inseguras, destinadas ao choque inevitável com a realidade da vida.

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